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EFAF - RELATO DE MEMÓRIA - A GENTE SE ACOSTUMA...

RELATO - EF ANOS FINAIS

A GENTE SE ACOSTUMA...

RELATO DE MEMÓRIA

ID: ERB


Leia o texto a seguir:

A gente se acostuma...

A cochilar no ônibus porque já é noite

A acordar de manhã sobressaltado porque está na hora

A tomar café correndo porque está atrasado

A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem

A comer sanduíche porque não dá pra almoçar

A sair do trabalho porque já é noite

A cochilar no ônibus porque está cansado

A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia...


Marina Colasanti, escritora e jornalista brasileira, certamente, vasculhou as gavetas da memória para escrever os versos acima.


COMANDO: Você deverá escolher um fragmento de Marina Colasanti para ajudá-lo a desenvolver seu relato de memória. Escreva, aproximadamente, 25 linhas.


Por exemplo:

A gente se acostuma a cochilar no ônibus porque já é noite, mas acorda assim que dobra a esquina, porque sabe que o jantar está na mesa. Sempre foi assim. Aliás, cochilava na ida e na volta. Lembro-me bem de quando ainda era criança, lá pros lados do Pacaembu, ouvia o barulho do motor do ônibus, quando meu tio, que era o motorista, dobrava a esquina. Eu saía correndo, a mochila desajeitada colada às costas. Naquele final de ano, um pouco antes das férias, meu tio passou em casa, o carro de quatro portas reluzia. Então ele me disse que havia ganhado na loteria, e, depois disso...


Como você pôde perceber, há no exemplo acima, depois do aproveitamento de um dos versos de Marina Colasanti:

1) apresentação, ainda que superficial, do relator (“eu ainda era criança”);

2) indicação do lugar (Pacaembu);

3) apresentação do personagem que contracenará com o relator (tio, motorista do ônibus);

4) apresentação do fato a ser relatado (o tio ganhou na loteria);

5) indicação de tempo (“Naquele final de ano, um pouco antes das férias”);

6) encaminhamento do relato (“e, depois disso...”).


 ***


O que é e como fazer um RELATO DE MEMÓRIA?

O Relato é um dos gêneros discursivos mais utilizados no dia a dia das pessoas. Toda vez que contamos ou escrevemos sobre algo que aconteceu no colégio, na festa de aniversário, no acampamento etc., estamos relatando episódios. Pode-se dizer que o Relato é o registro de um fato marcante na vida do relator (de quem relata).

No Relato de Memória, como o próprio nome adianta, constam experiências, surpresas, incidentes e demais situações vividas pelo relator. O Relato é escrito, predominantemente, no tempo passado.

O Relato pode ser conduzido na 1.ª pessoal do singular, quando a voz presente no texto é a do próprio relator/autor; pode também ser conduzido na 1.ª pessoa do plural, quando há mais de uma pessoa envolvida no evento a ser relatado.

É preciso equilibrar segmentos narrativos e descritivos, a fim de que, além do bom relato, personagens, espaço e cenas sejam bem “desenhados”.

Para a produção de um Relato de Memória, é preciso, o quanto possível, contemplar:

. quem?: apresentação do relator e das personagens (quando as personagens forem determinantes ao Relato);

. o quê?: fato a ser relatado;

. quando?: demarcação do fato no tempo – no verão passado, por exemplo;

. onde?: lugar em que aconteceram os fatos a serem relatados;

. como?: desenrolar/dinâmica dos fatos;

. por quê?: fato causador;

. e então: impressões; saldo positivo ou negativo do fato relatado.