SAÚDE MENTAL DE ATLETAS
MODELO ENEM
ID: G2I
Texto I
"O atleta tem que saber lidar com a
pressão"; “a dor faz parte do uniforme do atleta”. Quantas vezes já
ouvimos essa frase ou coisas parecidas quando se analisa o mundo do esporte de
alto rendimento? Inúmeras. E é uma verdade. Os atletas de alto nível têm uma
pressão enorme sobre seu desempenho, porque muito se espera deles. Simone Biles
chamou atenção ao abandonar diversas finais da ginástica artística em plena
Olimpíada de Tóquio 2020. O motivo? Como ela mesma falou, não estava se sentindo
bem, não confiava em si mesma e, para evitar que o psicológico causasse uma
lesão física - decorrente de um erro -, ela preferiu não fazer suas acrobacias.
Biles é uma das maiores ginastas de todos os tempos. Ganhou cinco medalhas -
sendo quatro de ouro - na Olimpíada do Rio, em 2016, e era uma das grandes
faces dos Jogos de Tóquio. E abandonou, priorizando sua saúde mental, no maior
palco que terá em sua carreira. Porque a pressão sobre ela foi grande demais e
ela, sabiamente, soube o momento de parar.
Poderia ficar o texto inteiro citando exemplos de
atletas que tiveram depressão ou sofriam com outro tipo de transtorno
psicológico e o quanto isso os atrapalhou. Robert Enke, Michael Phelps - sim, o
maior nadador de todos os tempos teve depressão. Eles não são super-heróis.
Dessa forma, têm tantas chances de sofrer de ansiedade, depressão, borderline,
etc. como qualquer outra pessoa. Aceitar isso e não esperar que eles sejam
totalmente infalíveis, 100% resistentes e imunes a qualquer tipo de doença e de
falha é o primeiro passo. O problema é que, até hoje, mesmo em 2021, o estigma
sobre os transtornos psicológicos, que não ficam evidentes como uma fratura ou
uma entorse, ainda existe. O atleta que sofre de depressão, que reconhece que
sentiu a pressão, que dá qualquer sinal de que não está bem, é tido como fraco.
MENEZES, Gabriel. Disponível em: https://tntsports.com.br/blogs/Opiniao-Ja-passou-da-hora-de-pararmos-de-negligenciar-a-saude-mental-no-esporte-de-alto-nivel-20210801-0007.html,
adaptado.
Acesso em 5.ago.2021.
Texto II
A
charge é do Jbosco n’O Liberal. Conteúdo do portal Boca Maldita -
bocamaldita.com
Texto III
No livro “O Herói das Mil
Faces”, o americano Joseph Campbell descreve um esquema comum a quase todos os
grandes mitos da humanidade: para se tornar um herói, a personagem recebe um
chamado, tenta rejeitá-lo, é obrigada finalmente a aceitar a missão, passa por
alguma provação, vence o obstáculo inicial e, com isso, encontra o caminho da
redenção. Os atletas são os heróis de nosso tempo. Rebeca Andrade, medalha de
prata na individual geral em Tóquio e a primeira brasileira a subir ao pódio na
ginástica, deu ao longo da carreira diversos sinais de depressão pelo excesso
de treinos e contusões – ela cumpriu a jornada do herói de Campbell, mas jamais
escondeu as fragilidades inerentes à condição humana
Por Amauri
Segalla e Luiz Felipe Castro
Disponível em: https://veja.abril.com.br/esporte/toquio-a-1a-olimpiada-a-escancarar-desordens-mentais-que-afetam-atletas/,
adaptado
Acesso em
5.ago.2021.
Texto IV
O Japão se uniu a figuras destacadas do tênis para
demonstrar apoio a Naomi Osaka, depois que a tenista número 2 do mundo desistiu
de disputar Roland Garros, devido a uma desavença sobre atividades de mídia
pós-jogo, explicando que sofre de depressão e ansiedade. A vencedora de quatro
títulos de Grand Slam expressou sua intenção de ignorar os compromissos
midiáticos para proteger seu bem-estar mental, e voltou ao Twitter para
anunciar sua desistência. Embora sua postura inicial tenha rendido à japonesa
de 23 anos pouco apoio dos colegas, a maioria dizendo que lidar com a mídia é
parte do trabalho, sua saída desencadeou uma onda de solidariedade em todo o
mundo. "A primeira coisa a ser considerada é a saúde da senhorita Osaka.
Desejo a ela a recuperação mais rápida possível", disse Toshihisa
Tsuchihashi, diretor-executivo da Associação de Tênis do Japão (JTA). O
secretário-chefe de gabinete japonês, Katsunobu Kato, disse em uma coletiva de
imprensa que "cuidará dela discretamente" e que existem preocupações
nas ruas de Tóquio com a mulher que será um dos rostos da Olimpíada deste ano
na cidade. "Acho que ela está sob muita pressão, mais do que podemos
imaginar", disse Tomomi Noguchi, artesã de kimono de 67 anos. Vickie
Skorji, que administra um número de telefone de emergência do Tell, um serviço
de aconselhamento sem fins lucrativos do Japão, disse que a sociedade precisa
ser "mais respeitosa e solidária" quando o assunto é saúde mental. "Quem
perguntou a ela como ela está? Ela divulgou um comunicado e disse 'preciso
cuidar de mim mesma' e foi punida", disse Skorji.
TOMOSHIGE, Akira Tomoshige – Tóquio. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2021-06/japao-se-une-atletas-em-apoio-osaka-apos-renuncia-roland-garros,
adaptado
Acesso em 5.ago.2021.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “A questão da saúde mental de atletas”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os valores humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.