O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
desencadeou importantes mudanças normativas, doutrinárias, institucionais e
jurisdicionais. Antes do Estatuto da Criança e do Adolescente (...), os meninos
abandonados nas ruas, as crianças negligenciadas pelas famílias e pelo Estado,
as meninas exploradas sexualmente, os adolescentes envolvidos em atos
infracionais (crimes), as crianças exploradas no trabalho infantil, entre
outros exemplos emblemáticos de violações, eram considerados como “menores em
situação irregular” e deveriam ser “objetos” de intervenções, geralmente repressivas,
dos adultos e do Estado, já que não eram considerados “sujeitos de direitos”. (...)
Após a promulgação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), em 1990, nas
situações de violações acima mencionadas, quem passa a estar em situação
irregular são as famílias, o Estado e toda a sociedade, que não garantiram a
proteção integral às crianças e aos adolescentes, colocando-os a salvos de
qualquer violação de seus direitos fundamentais. (...) O ECA introduziu
importantes avanços na realidade do País, como a ampliação do acesso de
crianças e adolescentes às escolas públicas; a criação dos Conselhos Tutelares
e das Varas da Infância e Juventude; a diminuição da mortalidade infantil; o
reordenamento dos abrigos e das unidades de internação; a instituição de
programas e serviços de enfrentamento aos maus-tratos, abusos, exploração sexual
e ao trabalho infantil. Estabeleceu também obrigações e responsabilizações aos
familiares, à sociedade em geral e aos Poderes Públicos, visando à proteção
integral e especial infanto-juvenil.
Texto IIISem voz, sem defesa, sem acesso à plenitude dos seus
direitos, a parcela da população que deveria ser mais cuidada e protegida sofre
violações cotidianamente. Vulneráveis, crianças e adolescentes são alvo de
todos os tipos de violência. Espancamentos, torturas, humilhações, abusos
sexuais, negligência. Os sofrimentos são múltiplos, assim como os algozes, que
vão da família ao Estado. (...) Na Delegacia de Proteção à Criança e ao
Adolescente (DPCA), as ocorrências não param. Os agressores são,
principalmente, do núcleo familiar: mãe, pai, avós, padrasto, madrasta. [Tudo
isso traz] uma série de consequências para as vítimas, entre as quais o
comprometimento da autoestima, o que gera (...) impactos no processo de
aprendizagem e no desenvolvimento da inteligência, além do sentimento de
solidão, tristeza, abandono, ansiedade e culpa.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores seguintes
e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: ECA – CAMINHOS PARA GARANTIR OS DIREITOS E PARA CONTER A VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES NO BRASIL. Apresente proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.