A população mundial envelhece em passo
acelerado, compondo um contingente que configura o mais extraordinário fenômeno
demográfico do século 21. O mais fascinante no prolongamento da vida observado em
nossa era é que ele, não raro, vem conectado a um elevado bem-estar — as
pessoas não estão apenas celebrando aniversários em série, como muitas o fazem
com entusiasmo, cercadas de planos e afeto. A ciência já decifrou as raízes do
envelhecimento, processo que resulta do acúmulo gradual de danos celulares,
levando à perda de capacidades e ao aumento do risco de doenças. O corpo, tal
qual uma máquina, se desgasta com o uso. A trilha percorrida agora pelas
maiores autoridades no tema se volta justamente para os caminhos para frear os
efeitos da passagem do tempo, o que envolve descobertas valiosas no terreno da
engenharia genética. “O grande desafio é aprender como redesenhar a biologia
humana, reprogramando células para trabalhar a favor da saúde, o que começa a acontecer”,
diz o biólogo João Pedro Magalhães, da Universidade de Birmingham, no Reino
Unido.
Os idosos mantêm sólidas
conexões sociais (...). São guiados por algum propósito (voluntariado,
leitura), o que os costa-riquenhos de Nicoya apelidam de plan de vida.
Os campeões em longevidade não são exímios atletas, mas estão em constante
movimento, seja caminhando, seja cultivando a terra ou se envolvendo em
trabalhos manuais. O capítulo da alimentação é outro que ajuda a contar a
história da população idosa. Na zona azul (Singapura), mais de 60% do cardápio
é composto de itens de origem vegetal, principalmente feijão, soja e lentilha.
Nenhum dos centenários faz dieta, a rigor, mas encerram a refeição quando se
sentem saciados, sem nunca se empanturrarem.
Disponível em:https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/09/artes-longevidade-digital-2861.jpg?quality=90&strip=info.
Adaptado. Acesso em 12.set.2024.
Texto II
“Envelhecer bem é um
projeto de vida”, diz a geriatra Roberta França. Com uma frase tão curta, a
médica resume uma das bases da qualidade de vida na terceira idade: para chegar
lá bem, é preciso construir uma vida regada de bons hábitos, dia após dia.
Existem fatores controláveis – aqueles referentes aos hábitos do indivíduo – e
incontroláveis, como genética. No entanto, para o cientista americano Dan
Buettner, responsável por uma série de estudos sobre longevidade e autoridade
no assunto, apenas 20% da longevidade média do ser humano pode ser atribuída à
genética – os 80% restantes se devem ao estilo de vida e ao ambiente.
“Os idosos de hoje estão no mercado de trabalho,
consomem e são formadores de opinião”, afirma Layla Vallias, cofundadora da
Hype60+, uma consultoria de marketing especializada no “consumidor sênior”, como
o mercado o chama. E têm muito mais dinheiro para gastar que os mais jovens.
Disponível
em: https://vocesa.abril.com.br/economia/economia-prateada-a-ascensao-dos-consumidores-60/.
Adaptado. Acesso em 12.set.2024.
Texto IV
Um prêmio milionário para deter o envelhecimento
Cientistas que conseguirem 'atrasar' o relógio
biológico em até 20 anos receberão US$ 101 milhões
A oferta é da 11ª. edição do Aging Research Drug
Discovery (ARDD 2024), encontro que reúne a nata dos cientistas que investigam
questões relacionadas ao envelhecimento. (...) Os participantes terão que
provar, até 2030, que seus projetos conseguem “atrasar” o relógio biológico em
pelo menos uma década, numa das três áreas: cognição, imunidade e função
muscular. A intenção não é reverter o envelhecimento, e sim restaurar as
funções prejudicadas com a passagem do tempo.
TAVARES,
Mariza. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2024/09/12/um-premio-milionario-para-deter-o-envelhecimento.ghtml.
Adaptado. Acesso em 12.set.2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
“Os desafios para a longevidade ideal no Brasil do século 21”. Apresente
proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.