ATLETAS TRANSEXUAIS
FAMEMA/2019
ID: F11
Texto 1
Primeira jogadora transexual a atuar na Superliga feminina, Tifanny Abreu
marcou 39 pontos em um mesmo jogo nesta terça-feira (30.01.2018) e quebrou o
recorde da principal competição nacional de vôlei – que antes pertencia a
Tandara, com 37 pontos. Tal fato atiçou ainda mais o questionamento sobre a
permissão de atletas trans atuarem em esportes de alto rendimento.
Ao entrar em quadra por uma liga profissional, Tifanny carrega com ela a
representatividade de toda uma minoria social, que busca abrir oportunidades de
inserção em vários âmbitos da sociedade, inclusive no mercado de trabalho.
Então não seria diferente no esporte, que vem se profissionalizando cada vez
mais nas últimas décadas.
(Maíra Nunes. “Caso Tifanny: Proibir transexuais no esporte é solução?”
http://blogs.correiobraziliense.com.br,
31.01.2018. Adaptado.)
Texto 2
Aos 33 anos, Tifanny Pereira de Abreu é a primeira transexual a disputar
a Superliga feminina de vôlei. Mas, depois de completar a transição de gênero,
incluindo duas cirurgias de mudança de sexo, e ser liberada pela Comissão
Nacional Médica (Conamev) da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a atacante
do Bauru (SP) tem a condição feminina discutida. Isso porque a ciência ainda
não é capaz de determinar quanto tempo o corpo precisaria para se adaptar à
nova realidade, com testosterona compatível ao corpo de uma mulher. É por esta
razão que João Granjeiro, coordenador da Conamev, responsável pela liberação da
atleta para a disputa da competição mais importante do vôlei nacional, acredita
que Tifanny não deveria atuar entre as mulheres: “Ela nasceu homem e construiu
seu corpo, músculos, ossos, articulações com testosterona alta. Nenhuma mulher,
a não ser que tenha usado testosterona de origem externa ao organismo,
conseguiria formar o mesmo corpo. É só olhar para a atleta, alta e muito forte”.
(Carol Knoploch e João Pedro Fonseca. “Médicos que liberaram Tifanny
acham que ela não deveria atuar no feminino”.
https://oglobo.globo.com, 03.01.2018. Adaptado.)
Texto 3
O espaço conquistado de maneira íntegra por mulheres no esporte está em
jogo. Tenho orgulho de ser herdeira dos valores que construíram a civilização
ocidental, a mais livre, próspera, tolerante e plural da história da
humanidade. Este legado sociocultural único permitiu que nós mulheres
pudéssemos conquistar nosso espaço na sociedade, no mercado e nos esportes. A
verdade mais óbvia e respeitada por todos os envolvidos no esporte é a
diferença biológica entre homens e mulheres.
Se não houvesse, por que estabelecer categorias separadas entre os sexos?
O combate ao preconceito contra transexuais e homossexuais é uma discussão
justa e pertinente. A inclusão de pessoas transexuais na sociedade deve ser
respeitada, mas essa apressada e irrefletida decisão de incluir biologicamente
homens, nascidos e construídos com testosterona, com altura, força e capacidade
aeróbica de homens, sai da esfera da tolerância e constrange, humilha e exclui
mulheres.
(Ana Paula Henkel. “Carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional”.
https://politica.estadao.com.br, 16.01.2018. Adaptado.)
Texto 4
Para uma transexual entrar no mercado de trabalho, é uma verdadeira via
crucis. Elas enfrentam preconceito, desconfiança e muita rejeição. Mas o
desafio pode ser ainda pior para aquelas que sonham em seguir carreira como
atleta. O esporte ainda é muito fechado para a diversidade sexual e poucas
esportistas chegam ao nível de alto rendimento. De acordo com a pesquisadora
Joanna Harper, do Providence Portland Medical Center, nos Estados Unidos, “terapia
hormonal para mulheres trans normalmente envolve um bloqueador de testosterona
e um suplemento de estrógeno. Quando os níveis do ‘hormônio masculino’ se
aproximam do esperado para a transição, a paciente percebe uma diminuição na
massa muscular, densidade óssea e na proporção de células vermelhas que
carregam o oxigênio no corpo”, diz Joanna. Ainda conforme pontuou a
especialista, enquanto isso, o estrógeno aumenta as reservas de gordura,
principalmente nos quadris. Juntas, essas mudanças levam a uma perda de
velocidade, força e resistência — todos componentes importantes de um atleta.
Durante a terapia hormonal, Tifanny perdeu toda a potência e explosão. Se
saltava 3,50m quando homem, agora pula, no máximo, 3,25m.
(Juliana Contaifer. “Afinal, atletas transexuais têm mais força que as
jogadoras cisgênero?”
www.metropoles.com, 11.03.2018. Adaptado.)
COMANDO: Com base nos textos apresentados e em seus próprios
conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma padrão da língua
portuguesa, sobre o tema:
Atletas transexuais devem participar de esportes competitivos sob o novo
gênero?