EM - ARTIGO DE OPINIÃO - UBERIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
ARTIGO DE OPINIÃO - EM
UBERIZAÇÃO
DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
ARTIGO
DE OPINIÃO
ID: FZ7
COMANDO: Imagine que você seja o articulista de
um jornal de grande circulação nacional, e tenha sido destacado para escrever
um ARTIGO DE OPINIÃO sobre o tema: A UBERIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO –
AVANÇO OU RETROCESSO?
TEXTO I
Uberização das
relações de trabalho é o fenômeno por meio do qual poucas e grandes empresas, que concentram o mercado mundial de aplicativos e plataformas digitais, exploram mão de obra. A principal característica da uberização é a ausência de qualquer tipo de responsabilidade ou obrigação em relação aos
“parceiros cadastrados”, como são chamados os prestadores de serviços, uma vez que já fica claro que o objeto é a prestação de serviços de tecnologia,
contratados pelos “parceiros”.
O modelo de trabalho é vendido como atraente e
ideal, pois propaga a possibilidade de o parceiro tornar-se um empreendedor autônomo, com
flexibilidade de horário e retorno financeiro imediato. Essa ilusão fez o
mercado crescer rapidamente, em detrimento das elações formais de emprego que
estávamos acostumados, principalmente, no que se refere a identificação
profissional.
Cerca
de 13 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil, segundo pesquisa do IBGE
(...). Com um cenário pessimista para os empregos formais, as pessoas buscam
alternativas de trabalho, seja para garantir alguma forma de sustento ou
complementar a renda. Com esse contexto, e a necessidade das pessoas de
ganharem dinheiro para sobreviver, surgiu o que ficou conhecido como a
uberização do trabalho. Esse modelo prevê um estilo mais informal, flexível e
por demanda. (...) “É natural que isso aconteça por conta do cenário econômico,
não só do Brasil, mas do mundo. Há um grande aumento na automação e na
inteligência artificial, que cuida das tarefas repetitivas. Isso faz com que
aumente uma demanda por um novo tipo de trabalho, onde as próprias pessoas
querem ter uma nova rotina, com autonomia nas tarefas e a possibilidade de
optar por quando querem trabalhar”, explica a advogada trabalhista Deborah
Gontijo.
A uberização (...) não surge com o
universo da economia digital: suas bases estão em formação há décadas no mundo
do trabalho, mas hoje se materializam nesse campo. As atuais empresas
promotoras da uberização – aqui serão tratadas como empresas-aplicativo – desenvolvem
mecanismos de transferência de riscos e custos não mais para outras empresas a
elas subordinadas, mas para uma multidão de trabalhadores autônomos engajados e
disponíveis para o trabalho. Na prática, tal transferência é gerenciada por
softwares e plataformas online de propriedade dessas empresas, os quais
conectam usuários trabalhadores a usuários consumidores e ditam e administram
as regras (incluídos aí custos e ganhos) dessa conexão.
Vivemos na época em que o acesso vale
mais que o acúmulo. Com um clique, é possível solicitar um motorista, um
entregador, uma casa para alugar e até fazer um curso online. Tudo sem grandes
negociações ou entraves, apenas a baliza dos reviews e notas. É o mundo da
"economia compartilhada". A chegada do Uber e outros tantos
aplicativos fez a gente adotar para a vida o chamado serviço peer-to-peer —
isto é, pessoas colaborando umas com as outras — como alternativa às grandes
corporações que antes lideravam esses serviços. Tudo muito confortável, mas
essa mudança de comportamento também fez consolidar de vez um novo modelo de
negócio. O fenômeno da uberização consolidou empresas que agora intermedeiam a
demanda de trabalhadores cada vez mais informais. Se, por um lado, isso fomenta
o surgimento de novos empregos, por outro há também um processo de precarização
da mão de obra — afinal, esses trabalhadores passam a não ter mais vínculos
empregatícios.
DIAS, T. Disponível em: https://tab.uol.com.br/faq/uberizacao-o-que-e-como-funciona-como-surgiu-e-outras-duvidas.htm.
Acesso em 29.jun.2021.
Você já sabe...
O ARTIGO DE OPINIÃO, como o próprio nome
já diz, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum
tema polêmico. É um gênero textual que se apropria, predominantemente, do tipo
dissertativo. Dá-se o nome de articulista àquele que escreve o Artigo, que é
persuasivo - inserido em grandes jornais e revistas, é um serviço prestado ao leitor,
com o objetivo de convencê-lo não só a respeito da importância do tema ali
enfrentado, como também, e principalmente, da relevância do posicionamento do
articulista. São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor, a ironia - tudo
baseado em informações factuais.
O
texto, geralmente, é escrito na 1.ª pessoa, leva título e assinatura.
A estrutura do artigo de opinião, ainda
que maleável, procura seguir:
. Introdução, com a
apresentação do tema e da tese a ser defendida;
. Desenvolvimento, com as argumentações
para a defesa da tese e
. Conclusão, com a
reafirmação da tese e a provocação do leitor, encaminhando-o para as próprias
reflexões.
ALERTA! Cuidado
com as armadilhas da primeira pessoa: não escreva: "eu acho que";
"na minha opinião"; "no meu modo de pensar" etc., porque
essas expressões são consideradas armadilhas da primeira pessoa.