EFAF - TEXTO TEATRAL - O VELHO DA HORTA, de GIL VICENTE
TEATRO - EF ANOS FINAIS
TEXTO
TEATRAL
A
partir da obra “O VELHO DA HORTA”, de GIL VICENTE
ID:
EVG
Você
já sabe, mas não custa lembrar...
Há
registros de textos escritos para teatro desde o século V, na Grécia Antiga, quando
o dramaturgo (autor de peças teatrais), geralmente, recompunha fatos cotidianos,
a fim de criticar as mazelas sociais de seu tempo.
O
teatro é um gênero textual que se apropria dos tipos narrativo e dialogal, ou
seja, o enredo é contado por meio do diálogo – discurso direto – entre as
personagens, ao longo dos atos (como se fossem capítulos do enredo). É possível
a presença de um narrador, em especial nas peças teatrais dirigidas às
crianças, para facilitar-lhes o entendimento – nesse gênero textual, há mensagens para serem “lidas” na expressão corporal/facial das
personagens.
A
escrita teatral tem 2 partes: o texto principal e o secundário.
. Principal: diálogos/interação das personagens, por meio dos quais o espectador
vai tomando conhecimento do enredo.
. Secundário: rubricas, ou seja, anotações que seguem às margens do texto
principal, a fim de nortearem o encenador, tais como: fim do primeiro ato; entra
o caminhoneiro; gritos na rua etc. As rubricas também servem para definir o perfil
das personagens, o espaço/cenário, o tempo e outros aspectos importantes para a
encenação, nos moldes pretendidos pelo dramaturgo.
Para
exemplificar, leia o fragmento de “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna
(com nossos ajustes):
A
estrutura textual é a mesma dos demais textos do âmbito de narrar: exposição,
conflito e desenlace.
As
personagens podem ser classificadas como protagonista (personagem principal),
antagonista (personagem que se opõe ao protagonista), secundários (cooperam com
a ação do protagonista e do antagonista) e figurantes (participação pouco
significativa).
A
peça teatral é intitulada.
***
Gil
Vicente, dramaturgo português do século 16, recompôs os tipos sociais de seu
tempo: beberrões, nobres, camponeses, ciganos, judeus, alcoviteiras*, bobos, padres
moralmente relaxados, fidalgos decadentes, burgueses gananciosos, artesãos
ambiciosos, usurpadores, corruptos etc. Abaixo, uma pequena anotação acerca de “O
velho da horta”, de Gil Vicente.
*nesse
contexto, alcoviteira é a mulher que arranja casamentos
“O
velho da horta” traz um velho muito rico e galanteador; uma moça bela, humilde
e esperta; a alcoviteira Branca Gil, oportunista e inescrupulosa. O tema
central é o amor tardio, as consequências desastrosas desse amor e o ridículo
de um velho (da horta) que deseja casar-se com uma jovem. Ela vai à horta
buscar tempero para o almoço, quando o velho a corteja. Branca Gil, que também
escolhe hortaliças, percebe a intenção do velho e, aproveitando-se da situação,
passa a extorquir dinheiro: Branca, a troco de um saco de moedas de prata, promete ao
velho fazer com que a moça se case com ele.
COMANDO:
Agora você é o dramaturgo! A partir da síntese acima, escreva uma cena de “O velho da horta”. Atente à caracterização das personagens,
do cenário e de outros detalhes necessários para orientar o encenador. Se
for preciso, observe, no texto de Ariano Suassuna, a estratégia para a
elaboração dos diálogos e das rubricas.