Resumir é apresentar certo conteúdo, quase sempre escrito, de modo seletivo e breve.
Um resumo deve ser:
Conciso, obviamente: corte, quando não forem determinantes ao assunto principal, os exemplos dados pelo autor, detalhes/dados secundários.
. Em textos narrativos, convém eliminar os discursos diretos – dê preferência aos discursos indiretos, pois são mais econômicos; é preciso mencionar: fato/ação principal, personagens principais (por vezes, é possível eliminar figurantes), além dos elementos: quando, onde e como?, por quê (se houver justificativa)? e desfecho.
. Em passagens descritivas, convém economizar, o quanto possível, adjetivos e advérbios, sobretudo os repetidos ou inexpressivos.
. Em textos dissertativos, comece grifando as palavras-chave (substantivos e verbos) de cada parágrafo ou sentença; detecte o assunto/a questão central e o ponto de vista do autor sobre o assunto; veja se há intercalações desnecessárias (advérbios e adjetivos) ou excesso de organizadores textuais (conjunções), e corte-os; faça um apanhado dos principais argumentos pertinentes ao assunto central.
Pessoal: escrito, o quanto for possível, com palavras próprias; é o resultado da sua leitura do texto-base.
Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as ideias centrais do texto-base, de preferência na ordem em que foram apresentadas. Cuidado com a coesão textual – o uso correto das conjunções, preposições e pronomes.
IMPORTANTE: O resumo não comporta comentário/opinião acerca do tema nem do posicionamento adotado pelo autor do texto-base.
COMANDO: Imagine que você seja o redator de uma revista de grande circulação, e tenha de enviar o texto abaixo para a Redação. Ocorre que o espaço destinado a publicações desse tipo de matéria é limitado, e cabe a você fazer um RESUMO do texto. Escreva até 10 linhas.
Cervejaria tritura aves com cevada. Papa Francisco apoia Trump. Maioria
de votos nulos cancela eleição. China desenvolve ovos de plástico. Chá de casca
de cebola é a cura para a Covid-19. A rede varejista Lojas Renner anunciou que
fechará todas as lojas no Brasil, Argentina e Uruguai. Esses recortes, ainda
que, à primeira vista, pareçam verdadeiros, dada a notável verossimilhança
entre eles e a realidade por que passamos, em especial nesses tempos de
Covid-19, a doença que tem matado milhares de pessoas ao redor do mundo, estão
todos correlacionados: todos são falsos – fake news – e, apesar disso, como
tudo nas redes sociais, espalharam-se rapidamente, num átimo de segundo,
espantando os internautas menos avisados e menos experientes. Em nome do
alarmismo, da chacota e da pseudo liberdade de expressão, como amplamente
divulgado pelas mídias televisivas, no Brasil e no mundo, o volume de boatos
que circula nas redes sociais tem incomodado e prejudicado, não restam dúvidas,
não só pessoas físicas, mas também jurídicas, sem que o responsável (os
responsáveis – nunca se sabe quantas quadrilhas há pelo mundo afora) pela fake,
apelido bonitinho a boato criminoso, seja punido. Sem dúvida nenhuma, e ingênuo
quem disser o contrário, a situação ainda se agrava tendo em vista o fato de
grandes portais de notícias contribuírem com tudo isso, o que não é segredo a
ninguém, se minimamente informado. Então, por essa e por outras razões, é
necessário cautela, muita cautela mesmo, meu caríssimo leitor: nem tudo o que
tem formato de notícia é, realmente, notícia. E mais: uma mentira, ainda que
contada mil e uma vezes, nunca deixa de ser mentira!