O
movimento hip-hop é marcado pela luta por direitos iguais entre os homens. O
movimento surgiu na década de 1960, nos Estados Unidos, quando jovens negros eram
discriminados. Martin Luther King Jr. é o ícone da luta empreendida em favor da
inclusão social das pessoas marginalizadas.
A
palavra rap é a sigla da expressão “ritmo e poesia” (em inglês, rhythm and
poetry). É a expressão artística do hip-hop voltada à música. No rap, o
compositor, que quase sempre é também o intérprete das letras, chama-se rapper
ou MC (mestre de cerimônia); o DJ (disc jockey) é quem faz a base melódica
(batida) para a recitação (e não, de fato, a cantoria) da letra.
A
letra de rap mistura fatos, denúncia, reflexão e aconselhamento
O
MC relata, por meio das letras de rap, a difícil rotina nos guetos: a
perseguição policial, a miséria, a falta de escola, a desídia das autoridades
públicas etc., etc. Em meio aos versos, tocados à denúncia social, o rapper
procura inteirar-se com o público ouvinte, em especial o adolescente,
persuadindo-o a não se envolver com o mundo da criminalidade – eis então o tom
de aconselhamento que também pode ser extraído das letras de rap.
Estudiosos
do movimento hip-hop apontam as seguintes características formais e temáticas das letras de rap:
. geralmente, versos rimados;
. linguagem típica da
oralidade – gírias, jargões;
. tema de viés crítico,
reflexivo, questionador;
. denúncia contra
injustiças sociais: desigualdade, preconceito, corrupção;
. interação com o
público ouvinte, a fim de que ele não se envolva com o crime;
. valorização do jovem
da periferia.
As
letras de rap são intituladas.
Exemplo
de letra de rap:
***
COMANDO:
Leia o texto abaixo. O autor, Gabriel Freires, 19 anos, foi membro do G-38 do Comitê
Nacional de Atenção à criança e ao Adolescente (Conanda). A partir das ideias
ali expostas e do seu conhecimento sobre os pressupostos e as características do
hip-hop, escreva uma letra de rap, de aproximadamente, 30 versos.
Diferente
do que está no artigo 227 da Constituição, não temos direito à vida, à saúde, à
alimentação, ou, principalmente, a uma família. Ou se temos direitos a todas
essas coisas, onde elas estão? Por que
ainda temos de ficar sofrendo nas ruas? Somos todos os dias vítimas da
sociedade que se diz correta, mas que calunia, violenta em todos os sentidos, assassina,
extermina.
Na
rua, costumamos ouvir que “todo morador de rua não presta”. Convido então a
conhecerem melhor quem eu sou e o que eu faço.
Até
atingir a maioridade, representava esse segmento que hoje ganha impacto, espaço
e atenção, de meninos e meninas em situação de rua, em instâncias nacionais
como o CONANDA e o Comitê Nacional de Atenção à Criança e ao Adolescente em
Situação de Rua.
Se
você tem filho, o que faria se ele estivesse na rua? Não queira para os outros aquilo que você
mesmo não quer. Escrevo esse texto não apenas expressando ou mostrando, mas
pedindo e clamando para que a sociedade tenha interesse em seu futuro e se
lembre de valorizar muito a educação. Como diz Paulo Freire: “Educação não
transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.”.