Dois grupos antivacina no Facebook
mudaram o foco de suas publicações para a epidemia do novo coronavírus e têm
divulgado informações falsas sobre a doença e seus tratamentos. É o que revela
uma análise produzida pela União Pró-Vacina, um grupo criado por pesquisadores
do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP de Ribeirão Preto para combater
a desinformação sobre vacinas. Eles avaliaram 213 postagens feitas entre 15 e
21 de março nos dois maiores grupos públicos brasileiros de conteúdo antivacina
no Facebook, "O Lado Obscuro das Vacinas" e "Vacinas: O Maior
Crime da História", que atuam há cinco e dois anos. "Os métodos da
desinformação continuam: distorcer conteúdo científico e jornalístico, espalhar
teorias da conspiração e até oferecer falsas curas usando produtos
conhecidamente tóxicos para a saúde humana", apontam os pesquisadores.
"Entre as publicações, há insinuações de que o vírus seria uma ferramenta
para instituir uma nova ordem mundial ou mesmo uma arma produzida pela China.
Outras afirmam que a vacina da gripe seria a responsável pela disseminação da
covid-19 e a doença seria facilmente curada por meio da frequência do cobre ou
de zappers, supostos antibióticos eletrônicos", afirmam.
Segundo a OMS, as razões pelas quais as pessoas escolhem não se vacinar
são complexas, e incluem falta de confiança, complacência e dificuldades no
acesso a elas. Há também os que alegam motivos religiosos para não se vacinar
ou a seus filhos. “A vacinação é uma das formas mais eficientes, em termos de
custo, para evitar doenças. Ela atualmente evita de 2 a 3 milhões de mortes por
ano, e outro 1,5 milhão poderia ser evitado se a cobertura vacinal fosse
melhorada no mundo”, afirma a OMS. Entretanto, os movimentos antivacina vêm
crescendo no mundo todo, inclusive no Brasil, que sempre foi exemplo
internacional. Segundo dados do Programa Nacional de Imunizações do Ministério
da Saúde (PNI/MS), nos últimos dois anos a meta de ter 95% da população-alvo
vacinada não foi alcançada. Vacinas importantes como a Tetra Viral, que previne
o sarampo, caxumba, rubéola e varicela, teve o menor índice de cobertura:
70,69% em 2017. De acordo com especialistas em saúde pública, se a vacinação da
população brasileira fosse adequada, um novo surto de sarampo não se
estabeleceria no País. Segundo o Ministério da Saúde, anualmente são aplicados
cerca de 300 milhões de doses de 25 diferentes tipos de vacinas, em 36 mil
postos de saúde espalhados por todo o Brasil. Ou seja, não faltam vacinas
gratuitas e nem acesso a elas.
COMANDO: Escreva uma dissertação argumentativa sobre o tema: “A polêmica
em torno da vacinação obrigatória no Brasil”.
SÓ PARA LEMBRAR...
Os textos dissertativos apresentam e discutem um tema. Para escrever a
dissertação, entre outros aspectos aprendidos em sala de aula, é necessário: 1)
apresentar o tema; 2) apresentar a tese (sua opinião/posicionamento sobre o
tema); 3) discutir o tema, amparando-se em evidências, fatos, comparações,
justificativas, exemplos, comentários de voz de autoridade etc.; 4) finalizar o
raciocínio, ou seja, desfechar o texto, retomando e reforçando seu ponto de
vista.
IMPORTANTE: Se você já tinha o hábito de ler jornais e assistir a
documentários, a partir de agora, isso vai ajudar você a fundamentar sua
discussão. Afinal, só é possível discutir, ou seja, defender um ponto de vista,
quando se tem conhecimento sobre o assunto. Se não for assim, bem
provavelmente, a dissertação pode ficar bem próxima do senso comum, quer dizer,
bem próxima daquilo que todo mundo diz.
Os textos acima, como você percebeu, ajudam você a pensar um pouco mais
sobre o tema – e quanto mais você ler sobre ele, mais repertório, quer dizer,
conteúdo você terá para desenvolver sua dissertação.