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UNIVAS 2022 - NOVO ENSINO MÉDIO

UNIVAS - UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ

REFORMA DO ENSINO MÉDIO

UNIVAS/2022 – DISSERTAÇÃO

ID: J1B


Texto 1

O Ministério da Educação estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, agora denominado Novo Ensino Médio. Na nova configuração, o tempo mínimo do estudante na escola passa de 800 para 1000 horas anuais (até 2022) e define-se uma nova organização curricular, mais flexível, que contempla uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — um conjunto de orientações que deverá nortear a (re)elaboração dos currículos de referência das escolas das redes públicas e privadas com uma formação mais geral. Estão obrigatórios os estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia, além do ensino de língua portuguesa, matemática e língua inglesa. O Novo Ensino Médio contempla, também, a oferta de itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional dos estudantes. Estes itinerários formativos são o conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no ensino médio. As escolas terão autonomia para definir quais itinerários formativos irão ofertar, considerando um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar. A formação profissional e técnica será mais uma alternativa para o aluno. O Novo Ensino Médio pretende atender às necessidades e às expectativas dos jovens, fortalecendo o protagonismo juvenil na medida em que possibilita aos estudantes escolher o itinerário formativo no qual desejam aprofundar seus conhecimentos. Assim, esses alunos vão participar ativamente do seu próprio processo de aprendizagem.

(“Novo Ensino Médio - perguntas e respostas”. http://portal.mec.gov.br. Adaptado.)


Texto 2


Texto 3

O professor de políticas educacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC) Fernando Cássio afirma que o Novo Ensino Médio vai tirar aulas de conteúdo da formação generalista, que é cobrada nos vestibulares. “Essa suposta liberdade de escolha do curso profissionalizante implica o aluno abrir mão de sua formação para fazer um cursinho de informática, coisas que outros alunos que têm condição socioeconômica melhor não vão ter de abrir mão”, explica. Segundo o pesquisador, os estudantes da educação privada já têm acesso a atividades extracurriculares sem ter de abrir mão de sua formação generalista. “Já faz parte do capital cultural das famílias ter computador de boa qualidade em casa, fazer aula de música no conservatório, fazer aula de idiomas. Chegamos a uma situação evidente: a escola privada vai continuar oferecendo uma formação generalista, ela não vai tirar aula de física, química e matemática para colocar cursinho de Excel para o curso técnico de assistente administrativo. A escola privada já está em desvantagem; sempre esteve.”

Na mesma linha de pensamento, o problema, de acordo com especialistas em educação, é que, ao abrir mão de carga horária da formação generalista, os estudantes pobres estão deixando de ter uma formação científica básica que os ajudará a escolher uma profissão no futuro e não terão aulas suficientes do conteúdo que é cobrado em vestibulares, diminuindo suas chances de acesso à universidade.

(Barbara Muniz Vieira. “Novo Ensino Médio em SP divide especialistas: ‘retrocesso para manter pobre como pobre’ ou ‘protagonismo dos jovens’”. https://g1.globo.com, 02.08.2021. Adaptado.)


Texto 4

Inês Barbosa de Oliveira, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), comenta a publicação da reforma do Novo Ensino Médio, e alerta que ela consolida um processo de reformas que devem aprofundar as desigualdades educacionais no país. Segundo ela, “o que a gente observa nessa proposta dos itinerários é o agravamento das desigualdades do país no acesso à educação de qualidade, na medida em que caberá aos sistemas de ensino definir o que eles vão e o que não vão oferecer em termos de itinerário formativo. Isso significa que os estudantes das cidades menores, os estudantes dos lugares pobres, das escolas pobres, não terão acesso a alguns dos conteúdos hoje considerados obrigatórios para eles e para todos. Isso é muito grave, porque quanto mais periférico for o espaço social do estudante, menores serão as suas oportunidades. Isso significa a reprodução e ampliação das desigualdades sociais.”

(Beatriz Mota e André Antunes. “O objetivo da reforma do ensino médio é reproduzir a exclusão social”. www.epsjv.fiocruz.br, 12.04.2019. Adaptado.)


Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Novo ensino médio: entre o protagonismo juvenil e o aumento da desigualdade educacional”.

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