PERFIL – MODELO UFU – SUSANA BERRICK – PROFESSORA EM SANTA CRUZ DEL ISLOTE
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PERFIL – MODELO UFU – ID: I9K
SUSANA BERRICK – PROFESSORA EM SANTA CRUZ DEL ISLOTE
Cerca de 800 pessoas vivem em Santa Cruz del
Islote, em 197 casas distribuídas numa área de 1 hectare (10 mil m2), um pouco menor que um
campo de futebol padrão. Fifa. A ilha faz parte
do arquipélago de San Bernardo, que reúne nove outras ilhotas. Ao
contrário das vizinhas, Santa Cruz del Islote é artificial, foi construída em
cima de um recife de corais — e os habitantes seguem ocupando cada vez mais
pedaços do mar. O ditado local diz que, “se você quer terra, construa você
mesmo”. Quase toda a população é negra e bem jovem. Não há fome, tampouco
violência. Pesca e turismo são as principais atividades econômicas — pisar lá,
aliás, custa R$ 13. Segundo os moradores, há visitantes estrangeiros que circulam
pelos becos e vielas durante o ano todo. Por ali passam cerca de 300 turistas
por dia; feriados e férias atraem o triplo de gente. Ao que parece, a fama de
"ilha mais povoada do mundo", a possibilidade de nadar com tubarões e
tartarugas em um dos dois aquários e o estonteante mar azul têm feito bem a
Islote.
Mito fundador: São várias as lendas sobre a
fundação da comunidade, mas Guillermo Cardales, "El Mono", 52,
autointitulado "historiador da ilha", assegura que os primeiros
habitantes foram os indígenas zenú e só depois, no século 18, chegaram os
negros, provenientes de Cartagena, fugindo dos espanhóis. Gabino Júlio e Pedro
Cortês teriam sido os primeiros a chegar. Outros vieram em canoa como
escravizados fugitivos liderados por Domingo Benkos Biohó, herói reconhecido
como fundador de Palenque de San Basílio, primeiro território livre das
Américas. Para o antropólogo Stanlei Heckadon-Moreno, que em 1969 passou meses
em Santa Cruz del Islote para estudar a comunidade pesqueira, "a ilha
ficou desabitada por anos", ainda nos anos 1500, mas, por estar em plena
rota marítima dos navios colonizadores "servia de abrigo para enfrentar
tempestades e ventos", como completa o pesquisador. Boa parte dos nativos
possui laços consanguíneos e teceu redes de solidariedade e ajuda mútua. Não há
quem não conheça ou não saiba de cabeça os nomes, sobrenomes, endereços e
histórias de seus vizinhos e vizinhas. A história de um é a história de todos.
Ilha das crianças
Em Santa Cruz del Islote, a população mais jovem
supera a de adultos: mais da metade de seus habitantes tem menos de 18 anos. A
média é de quatro filhos por casal. Mães jovens desfilam com bebês nos braços e
mulheres de pouco mais de 40 anos já são bisavós. A única escola aberta é a do
mar, onde crianças brincam de mergulho, pescam e competem na natação. As aulas
só começam na terça-feira, mas vão até o sábado. Há 224 estudantes matriculados
na única escola do arquipélago inteiro. Faz pouco mais de um ano que eles
conseguiram o direito de se formar no ensino médio, sem que para isso tenham de
se deslocar para Tolú ou Cartagena. Agora, as crianças que frequentam a escola
podem pensar em trilhar caminhos diferentes.
“Não queria sair da ilha, mas também queria um bom
trabalho, então tive de ir para Cartagena fazer licenciatura. Quando saiu a
convocatória, me inscrevi na lista de professores e me chamaram. A única
questão que me entristece é que aqui não temos água como na cidade”, afirma
Susana Berrick, 27, mãe de uma menina de 5 anos e única professora nativa da
ilha, entre os 12 docentes.
Disponível
em: https://www.uol.com.br/nossa/reportagens-especiais/santa-cruz-del-islote-quilombo-em-alto-mar/#page1.
Acesso em 7.dez.2023.
Depois de lida atentamente a matéria, imagine o PERFIL de Susana
Berrick, de 27 anos, mãe de uma menina de 5 anos, e única professora nativa em
Santa Cruz del Islote. Recolha, ao longo do texto, outros elementos que
colaborem na composição do perfil dessa mulher.