De acordo com a Constituição Federal, o transporte
público é um direito social, organizado e prestado pelo Estado. Porém, em
muitas cidades brasileiras, são empresas privadas que fornecem esse serviço em
nome do governo. Sendo assim, ao pagar uma tarifa para utilizar o transporte
público, o passageiro está firmando um contrato com a companhia privada e
estabelecendo uma relação de consumo, tendo seus direitos assegurados pelo CDC
(Código de Defesa do Consumidor). Tanto o Código quanto a PNMU (Política
Nacional de Mobilidade Urbana) estabelecem que o transporte público deve ser
oferecido com qualidade e de maneira que garanta a segurança dos usuários. Além
disso, segundo o artigo 24, § 1º da PNMU municípios com mais de 20 mil
habitantes devem criar um Plano de Mobilidade Urbana que garanta os direitos
estabelecidos na norma. (...) o usuário tem direito (e merece) um transporte
público com padrões adequados de qualidade, segurança e desempenho.
Sendo assim,
se você perceber que os bancos estão quebrados ou que a temperatura no veículo
está acima do normal, denuncie aos órgãos responsáveis pela fiscalização de sua
cidade.
Disponível em: https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/passageiro-tambem-e-consumidor.
Acesso em 5.jun.2024.
Texto III
O transporte coletivo é essencial para enfrentar os
desafios da mudança climática, de equidade e saúde
Para que o setor de transportes ajude a manter ao
alcance o limite de 1,5°C do aquecimento global, países de alta renda – que
contribuem com 70% das emissões globais e apresentam altas taxas de motorização
– terão que reduzir os deslocamentos veiculares, ao mesmo tempo em que
economias em desenvolvimento precisarão reduzir ou desacelerar o aumento desses
deslocamentos. O relatório State of Climate Action (O estado da ação climática)
mostra que o mundo precisa diminuir os deslocamentos feitos de carro entre 4% e
14% em relação ao cenário usual até 2030, mesmo com os fortes avanços na
eletrificação dos veículos.
Disponível
em: https://www.wribrasil.org.br/noticias/3-maneiras-de-transformar-o-transporte-coletivo-com-foco-em-saude-equidade-e-no-clima.
Acesso em 4.jun.2024.
Texto IV
Em março de 2023, uma greve paralisou o metrô de
São Paulo. Em meio às negociações, os metroviários propuseram uma forma de
protesto diferente: eles voltariam ao trabalho, mas o metrô operaria sem
cobrança de tarifa da população até as partes chegarem a um acordo. A ideia
acabou barrada pela Justiça, impedindo o que teria sido o segundo maior experimento
de tarifa zero no país em menos de um ano. A tarifa zero ou passe livre é uma
política pública que prevê o uso do transporte público sem cobrança de tarifa
do usuário final. Nesse modelo, o sistema é financiado pelo orçamento do
município, com fontes de recursos que variam, a partir do desenho adotado pela
respectiva cidade. O primeiro teste em grande escala da proposta no país
aconteceu no segundo turno das eleições presidenciais, em outubro de 2022.
Naquele dia, centenas de cidades brasileiras deixaram de cobrar passagem nos
ônibus e trens, para facilitar o acesso dos eleitores às urnas.
Disponível
em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cy65e4qnjjpo. Acesso em 4.jun.2024.
Texto V
Como tornar o transporte público atraente à
população? Foi essa a pergunta que permeou o painel “Desafios do transporte
público”, dentro do Summit Mobilidade. Clarisse Cunha Linke, mestre em
Políticas Sociais, ONGs e Desenvolvimento pela London School of Economics and
Political Science (LSE) e diretora executiva do Instituto de Políticas de
Transporte & Desenvolvimento (ITDP Brasil), entende que a chave é a
integração. No entanto, essa integração deve ocorrer em três frentes: a
tarifária, para que os usuários, especialmente os que vivem longe do Centro,
não sejam onerados além de suas condições; a operacional, para que o processo
de baldeação, por exemplo, não gere uma falta de encadeamento da viagem; e a de
infraestrutura, pensando em viagens não apenas de trabalhos produtivos, mas
também nos trabalhos e viagens não remunerados, de ida ao médico, de visitas a
parentes, de busca pelo lazer.
Disponível
em: https://mobilidade.estadao.com.br/mobilidade-para-que/desafios-do-transporte-publico-no-brasil-2/.
Acesso em 4.jun.2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio
e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o
tema: “Os desafios para o transporte público de qualidade no Brasil”. Apresente
proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.