MODELO ENEM - RACISMO AMBIENTAL E POPULAÇÕES VULNERÁVEIS
ENEM
RACISMO AMBIENTAL E POPULAÇÕES VULNERÁVEIS
MODELO ENEM
ID: HCE
Texto I
Notícias sobre enchentes, deslizamentos,
rompimentos de barragens, contaminação e desmatamento frequentemente têm como
cenário locais onde a maioria da população é negra, indígena, ribeirinha ou
pertencente a outros grupos étnicos vulnerabilizados. Isso mostra que as
questões ambientais também podem se relacionar com a discriminação racial.
(...) A expressão racismo ambiental foi criada na década de 1980 pelo Dr.
Benjamin Franklin Chavis Jr. (1948 -), químico, reverendo e liderança do
movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Na juventude,
Chavis foi assistente de Martin Luther King Jr. (1929 – 1968), pastor batista,
ativista político e ganhador do Prêmio Nobel da Paz por suas ações voltadas ao
combate do racismo nos Estados Unidos, por meio da resistência não-violenta.
(...) Desde 2010, o Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no
Brasil, um projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com coordenação geral de
Marcelo Firpo e coordenação executiva de Tania Pacheco, faz um levantamento de
conflitos socioambientais no país. Até abril de 2022, os pesquisadores já
haviam contabilizado 615 conflitos. A análise desses dados evidencia o racismo
ambiental: são 184 casos de lutas de povos indígenas por seus direitos, 134 de
quilombolas, 74 de ribeirinhos, 68 de comunidades urbanas, entre outros.
Disponível
em: https://www.invivo.fiocruz.br/sustentabilidade/racismo-ambiental/. Adaptado.
Acesso em 6.mar.2023.
Texto II
“Há perigos de ordem geológica, como é o caso dos
riscos de deslizamentos de encostas de morro e rolamento de rochas, corredeiras
e lama. Há também os perigos e as ameaças de ordem hidrológica, que são trazidas
pelas inundações, enchentes e transbordamento de rios e de córregos. E há
também outros tipos de ameaças como solos contaminados. (...) A maior parte da
população que não conta com políticas urbanas habitacionais acaba acessando a
terra em uma situação segregada, precária, informal, periférica. E são áreas
muitas vezes construídas com os próprios recursos dos moradores. Você tem uma
tradição histórica de produção de espaço urbano estruturado por profundas
desigualdades socioespaciais. Essa é uma característica recorrente nas nossas
cidades”, disse o arquiteto e urbanista Anderson Kazuo Nakano, professor do
Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A isso,
segundo o urbanista, se dá o nome de racismo ambiental.
“Podemos dizer que há justiça ambiental quando os
problemas ambientais existentes afetam da mesma maneira todos os segmentos da
população. Na medida em que temos alguns segmentos mais vulneráveis sendo
expostos a mais problemas ambientais, enquanto outro segmento privilegiado tem
condições de se proteger desses mesmos problemas, podemos dizer que há
injustiça ambiental. Quando essa injustiça ambiental afeta populações negras,
pardas ou tradicionais, como os caiçaras ou os quilombolas no litoral paulista,
caracterizamos isso como racismo ambiental”, explica Rubia Gomes Morato,
professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo e
coordenadora do Laboratório de Cartografia e Geoprocessamento Professor André
Libault (LabCart).
Disponível
em: https://www.ecodebate.com.br/2023/03/02/o-racismo-ambiental-com-a-populacao-que-vive-nas-areas-de-risco/.
Acesso em 6.mar.2023.
Texto III
Quase cair em valões em dias de enchentes, sofrer com
falta de água, ter problemas respiratórios por conta da poluição gerada por
indústrias e automóveis que passam por vias expressas do entorno: esses são só
alguns exemplos do que famílias moradoras de favelas passam em todo o Brasil,
assim como Inahra Cabral, uma das autoras deste texto, criada em uma das
favelas que compõem o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Vivemos uma crise,
que precede um colapso, e o racismo ambiental, conceito que se refere a ações
que geram impacto ambiental negativo em locais de moradia da população negra e
comunidades tradicionais, alerta para o fato de que quem mais sofre com esse agravamento
das condições climáticas é quem menos contribui para ela – favelas, periferias,
comunidades tradicionais e rurais.
Disponível
em: https://arvoreagua.org/wp-content/uploads/2022/01/racismoambiental-768x768.png.
Acesso em 3.mar.2023.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A
partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da
língua portuguesa, sobre o tema: “Impactos do racismo ambiental sobre populações vulneráveis no Brasil”.
Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.