Disponível
em: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/mais-de-4-milhoes-de-criancas-menores-de-5-anos-tem-excesso-de-peso-na-america-latina-e-caribe.
Acesso em 18.mar.2024.
Texto II
Diversos elementos moldam o padrão de consumo
alimentar, destacando-se, além das predisposições genética, o contexto cultural
e o ambiente familiar, pilares para a construção dos costumes alimentares.
Somam-se a isso, em especial durante os primeiros anos de vida, a quantidade e
a qualidade da comida a que a criança tem acesso, o que depende, em grande
parte, de fatores socioeconômicos e educacionais. Políticas públicas
afirmativas também são essenciais para assegurar a nutrição adequada, até
porque é um direito humano constitucionalmente assegurado. Mas não é só. No
mundo pós-moderno, redes sociais e influencers nutricionais colaboram, e muito,
com as escolhas alimentares. Os chamados “nativo digitais” têm a disposição, obviamente,
desde o berço, celulares e computadores, responsáveis pelo universo social a
que estão inseridos – cabe nesse pacote, inclusive, o fast food.
A mídia, com seu poder persuasivo, afeta
significativamente as crianças, que são particularmente suscetíveis à
publicidade. A maioria dos alimentos direcionados a este público, por meio das
redes sociais, consiste em produtos ricos em calorias, açúcares, gorduras e
sódio. A ingestão elevada desses produtos, seja por incentivo da mídia, da
família ou dos amigos, leva a uma precoce adoção de práticas alimentares
inadequadas, que podem desaguar na obesidade infantil e em outras comorbidades
como diabetes tipo II, hipercolesterolemia e hipertensão arterial, afetando a
saúde e o bem-estar.
Gislaine
Buosi
Texto III
A obesidade infantil é apontada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como um dos mais graves problemas de saúde pública. No
Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
um terço das crianças de 5 a 9 anos está com peso acima do recomendado. Algumas
pesquisas têm demonstrado haver relação entre o uso de mídias digitais e
consumo de alimentos e bebidas de baixo valor nutricional. No Brasil, os
alimentos mais frequentemente anunciados nas mídias pertencem ao grupo
representado, na pirâmide alimentar, por gorduras, óleos, açúcares e doces. De
um modo geral, crianças e adolescentes não têm maturidade suficiente para
controlar suas decisões de compra e acabam dando preferência para a compra e
consumo de guloseimas, pobres em substâncias nutritivas, acarretando, com
frequência, a obesidade infantil. Um estudo publicado no The American Journal
of Clinical Nutrition, realizado com 4.604 meninas e 3.668 meninos com idade
entre 9 e 15 anos e que preencheram questionários previamente validados para a
população adolescente, avaliou as relações longitudinais entre o tempo de utilização
de mídias de tela (televisão, jogos eletrônicos, DVDs) e mudança no consumo de
alimentos de baixa qualidade nutricional que são comumente anunciados nessas
mídias (bebidas açucaradas, fast-foods, doces, salgadinhos) e baixa ingestão de
frutas e hortaliças. Os adolescentes foram acompanhados por um período de 2
anos. Os resultados deste estudo demonstraram que o aumento nas horas por dia
junto à televisão, jogos eletrônicos e DVDs foi associado com o aumento na
ingestão de alimentos de baixa qualidade nutricional total, com o aumento da
ingestão de bebidas açucaradas, fast-foods, doces e salgadinhos e com a
diminuição do consumo de frutas e hortaliças. Segundo os autores estes
resultados reforçam o fato de que o marketing de alimentos pode mediar ligações
entre tempo de utilização das mídias de tela, dieta e adiposidade. Recomendam,
que a quantidade de marketing de produtos não saudáveis voltados para a
juventude nessas mídias sejam melhor controlados, como forma de contribuir para
o combate à obesidade.
Disponível
em: https://blog.onespa.com.br/a-influencia-da-midia-na-obesidade-de-criancas-e-adolescentes/.
Acesso em 18.mar.2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo,
em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "A influência da mídia na alimentação infantil". Apresente proposta de intervenção social que respeite os Direitos Humanos.
Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.