Nos últimos anos,
temos assistido a um fenômeno crescente de medicalização da vida – processo em
que situações antes vistas como naturais ou parte do espectro comum da
existência humana passam a ser tratadas como problemas de saúde. Isso está
intimamente ligado à mercantilização das doenças, impulsionada pela indústria farmacêutica.
Tais práticas têm leva a um aumento no consumo de medicamentos e à realização
de procedimentos, muitos dos quais desnecessários. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) tem expressado preocupações sobre essa tendência, ressaltando a
importância de políticas de saúde que priorizem a prevenção e o bem-estar
geral, em vez de focar apenas no tratamento de doenças. A educação em saúde,
portanto, torna-se uma ferramenta essencial para capacitar os indivíduos a
fazerem escolhas informadas sobre seus cuidados de saúde. Um exemplo claro da
medicalização é o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade),
que viu suas taxas de diagnóstico aumentarem significativamente, em especial entre
crianças e adolescentes, o que tem alarmado pais e educadores. Alguns
especialistas argumentam que comportamentos típicos da juventude estão sendo
patologizados, resultando em prescrições excessivas de medicamentos.
A cada dia,
aumenta o número de pacientes que se queixa, dizendo que “fez uma consulta
médica e sequer foi examinado, mas o médico solicitou uma bateria de exames”. A
solicitação de exames desnecessários para diagnóstico é um problema que tem
afetado o Sistema Único de Saúde (SUS) de maneira significativamente negativa.
A busca por resultados mais rápidos e a pressão por diagnósticos precisos levam
os médicos a solicitarem exames desnecessários, gerando custos também
desnecessários para o SUS. O problema é especialmente preocupante em um
contexto em que vivemos de subfinanciamento e escassez de recursos, em que a
busca por eficiência e racionalização do gasto público é mais importante do que
nunca. Uma das soluções é a implementação de protocolos clínicos baseados em
evidências científicas. Isso significa que os médicos devem seguir as
diretrizes que indicam quais exames são necessários em determinadas situações
clínicas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis.
Disponível em: https://academiamedica.com.br/blog/o-impacto-dos-exames-desnecessarios-na-eficiencia-do-sus-como-reduzir-os-custos-e-melhorar-a-qualidade-do-atendimento.
Acesso em 19.ago.2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO:
A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “Medicalização
da vida – desafios para coibir a indicação desnecessária de fármacos e procedimentos
na contemporaneidade brasileira”. Apresente proposta de intervenção
social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.