A insegurança alimentar acontece quando um indivíduo
não tem acesso definitivo ou regular a alimentos. Essa condição está classificada
em três níveis: leve, moderada e grave. A primeira ocorre quando existe
incerteza de acesso a alimentos em um futuro próximo ou quando a qualidade da
alimentação está comprometida. A segunda ocorre quando existe quantidade
insuficiente e a terceira é a privação do consumo. (...) Os dados da Rede
PENSSAN revelam que mais da metade da população brasileira (58,7%) convive com
a insegurança alimentar em algum grau leve, moderado ou grave. A pesquisa
aponta que apenas 4 entre 10 famílias conseguem acesso pleno à alimentação.
Trata-se de uma regressão de 32 anos, equivalente à década de 1990. (...)
Estatística é maior em lares de pessoas autodeclaradas
pretas ou pardas: As regiões Norte e Nordeste são as que têm mais pessoas com
insegurança alimentar. No Norte, a porcentagem é de 71,6%, enquanto no Nordeste
chegou a 68%. (...) Com base na pesquisa, 65% das casas chefiadas por pessoas
pretas ou pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível.
Com as mudanças econômicas, sociais, climáticas e
políticas, os índices de insegurança alimentar voltaram a crescer, tornando
distante a possibilidade da diminuição ou erradicação da fome, má nutrição, ou
mesmo da possibilidade de segurança alimentar, em 2030. A falta ou dificuldade
de acesso a alimentos, a diminuição do poder de compra, da aquisição do mínimo
necessário para manutenção de vida e de uma boa saúde (...) são alguns dos
fatores que caracterizam a insegurança alimentar. Os desafios são múltiplos e
tão plurais quanto as culturas que existem no planeta. Dentro desses desafios,
que já eram complexos, com a pandemia da covid-19, o número de pessoas
malnutridas ao redor do mundo, subiu de 8,4%, em 2019, para 9,9%, em 2020. De
acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), em
números, ao menos 768 milhões de pessoas passaram fome em 2020, um acréscimo de
no mínimo, 118 milhões de indivíduos, em relação ao ano anterior.
O que causa a insegurança alimentar?
De acordo com a
Feeding America, desemprego, pobreza, baixa renda, falta de moradias adequadas,
doenças crônicas e acesso a serviços de saúde, além de questões sociais como o
racismo, podem ser citados como causa da insegurança alimentar. No Brasil, mais
especificamente, fatores como abastecimento de água encanada, regionalidade,
gênero e cor da pele da pessoa responsável pela renda, assim como a presença ou
não de crianças no núcleo familiar, indicam maior ou menor risco de insegurança
alimentar, de acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no
Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de
Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN).
Como combater a Insegurança Alimentar?
A FAO faz alusão
a 6 alternativas para transformação dos sistemas alimentares: integrar
políticas humanitárias, de desenvolvimento e de construção da paz em áreas
afetadas por conflitos; aumentar a adaptação climática em todos os sistemas
alimentares; promover a adaptação dos mais vulneráveis à adversidade econômica;
intervir ao longo das cadeias de abastecimento alimentar para reduzir o custo
dos alimentos nutritivos; combater a pobreza e as desigualdades estruturais,
garantindo que as intervenções sejam inclusivas e em favor dos menos
favorecidos economicamente; fortalecer os ambientes alimentares, e mudar o
comportamento do consumidor, para promover padrões alimentares com impactos
positivos na saúde humana e no meio ambiente.
Jennifer Egues.
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/240179-inseguranca-alimentar-combate.htm.
Adaptado.
Art. 6º São
direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância,
a assistência aos desamparados, na forma da Constituição.
Parágrafo único.
Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda
básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de
transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados
em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária.
Constituição Federal de 1988
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma
padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Caminhos para combater a
insegurança alimentar no Brasil do século 21”. Apresente a proposta de
intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.