As evidências apontam que o mosquito vetor da
dengue tenha vindo nos navios que partiam da África com escravos. No Brasil, a
primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982,
em Boa Vista (RR). Após quatro anos, em 1986, ocorreram epidemias atingindo o
estado do Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde essa
época, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica), intercalando-se
com a ocorrência de epidemias. Aspectos como a urbanização, o crescimento
desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores
climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor, com
reflexos na dinâmica de transmissão desses arbovírus. A dengue possui padrão
sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias,
principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte. Todas
as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais
velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão
arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações
que podem levar à morte. Em 21 de dezembro de 2023 a vacina contra dengue foi
incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS). A inclusão da vacina da dengue é
uma importante ferramenta no SUS para que a dengue seja classificada como mais
uma doença imunoprevenível.
O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o
imunizante no sistema público de saúde.
Em períodos fora da sazonalidade da doença é que
ações preventivas devem ser adotadas. É o momento ideal para manutenção de
medidas que visem impedir epidemias futuras. Nesse sentido, além das ações
realizada pelos agentes de saúde, a população deve fazer a sua parte, com: uso
de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão; remoção
de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de
mosquitos; vedação dos reservatórios e caixas de água; desobstrução de calhas,
lajes e ralos; participação na fiscalização das ações de prevenção e controle
da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Disponível
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue. Adaptado.
Acesso em 19.mar.2024.
Texto II
O médico infectologista José Davi Urbaez diz que as
condições sociais são causas do avanço da dengue. "É claríssimo que, no
caso da dengue e, habitualmente, todas as doenças infecciosas, são grandes
marcadores dessa vulnerabilidade porque ela é construída", avalia. As
populações com menos condições de saneamento básico, de moradia digna, de
emprego, de educação e de acesso à saúde, segundo o médico, estão mais
vulneráveis à disseminação das doenças como a dengue.
Disponível
em: https://www.em.com.br/saude/2024/03/6812654-populacoes-perifericas-sao-mais-vulneraveis-a-dengue.html#google_vignette.
Acesso em 19.mar.2024.
Charge do Dum. Disponível em:
https://dumilustrador.blogspot.com/2013/02/a-dengue-nossa-de-cada-dia.html.
Acesso em 19.mar.2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "Caminhos para combater a dengue no Brasil". Apresente proposta de intervenção social que respeite os Direitos Humanos.
Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.