O primeiro
semestre de 2024 foi marcado pelo aumento da incidência do fogo nos biomas
brasileiros, ameaçando a sobrevivência da biodiversidade e a vida de povos indígenas
e populações tradicionais. O país apresentou o maior número de focos de calor
para os primeiros meses do ano desde 2004, e nesse cenário, o Pantanal e a
Amazônia tiveram destaque. (...) Os dados do sistema ALARMES (alertas em tempo
quase-real) mostram que, no período de 01 de janeiro a 30 de junho de 2024, as
áreas afetadas pelo fogo, em comparação aos anos anteriores, tiveram um aumento
significativo, considerado até agora um dos mais severos das últimas décadas.
Nesse período, o fogo no bioma consumiu 695 mil hectares de vegetação, o
equivalente a mais de 900 mil campos de futebol, ultrapassando em mais de 2,5
vezes os dados de 2020 para o mesmo período, que foram de 265 mil hectares de
vegetação. Vários fatores contribuem para este aumento: a região está mais
seca, o que está intimamente relacionado às mudanças climáticas, já que parte
da água do bioma vem da região Norte do país e também é produzida pela
floresta. (...) Temperaturas recordes também foram registradas no mesmo
período, contribuindo para a diminuição da chuva e deixando a vegetação do
bioma mais seca. Segundo levantamento publicado pelo MapBiomas Águas, o
Pantanal foi o bioma que mais secou entre 1985 e 2023. (...) Os rios não
atingiram a cota de inundação e a maior planície interior úmida do planeta se
tornou uma espécie de tocha gigante, pronta para ser queimada, já que o
material orgânico seco deste bioma pantanoso é altamente inflamável. Todo esse
cenário é mais favorável à incidência do fogo. (...) Onde há fogo, há alguém
que lucra enquanto a sociedade e a biodiversidade pagam a conta. (...) O fogo
não começa sozinho, ele comumente se inicia em alguma fazenda, quando a queima
de uma pastagem ou desmatamento sai do controle. Por outro lado, não há rigor
por parte do governo federal para punir os responsáveis pelos incêndios
criminosos. Não adianta apenas multar quem incendeia o bioma – também é
necessário fiscalizar se houve o pagamento da multa, o que não ocorre na
maioria dos casos. É preciso acabar com o sentimento de impunidade que gera uma
licença para desmatar e queimar nossos biomas para criar gado e plantar soja.
Além disso, é necessário interromper com o financiamento de atividades que
colocam em risco o meio ambiente, o clima, a saúde pública e a chance de
sobrevivência de milhares de animais e plantas. A certeza da impunidade gera
mais destruição!
PROPOSTA
DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores
seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa
sobre o tema: “Desafios para conter a destruição dos biomas brasileiros”.
Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa
de seu ponto de vista.