O vice-presidente Hamilton Mourão falou sobre o assassinato
do indigenista Bruno Pereira e do repórter inglês Dom Phillips. O general da
reserva afirmou que a morte do jornalista foi “efeito colateral” e que Dom
“entrou de gaiato nessa história”. De acordo com ele, se houve um mandante do
crime, deve ser um “comerciante da área que estava se sentindo prejudicado”
pelas ações de Bruno. (...) “Essas pessoas aí que assassinaram, provavelmente,
os dois são ribeirinhos, gente que vive também ali no limite de, vamos dizer,
ter acesso à melhores condições de vida. Vivem da pesca. […] Essa é a vida do
cara. Mora numa comunidade que não tem luz elétrica 24h por dia, é gerador.
Quando tem combustível, o gerador funciona, quando não tem, não funciona. Então
é uma vida dura”, disse.
O fato é que os crimes se tornaram rotina no Brasil e
os seus habitantes acostumaram-se com a ideia de que eles são inevitáveis como
a poluição, o trânsito caótico e a falta de água. Terrível afirmação, não é
mesmo? Mas prova disso é que a cada um de nós é constantemente mais difícil
citar e recordar qual o crime gravíssimo foi praticado ontem, na última semana
ou no mês passado. O que nos agride é aquele crime bárbaro, do qual tomamos
conhecimento há apenas alguns minutos. E é aí que se encontra a banalização da
violência e a dramatização do crime, onde somos espectadores apáticos e
distantes do palco feroz de um segmento marginal cada dia crescente em todas as
cidades do Brasil, prontos para assistir ao próximo capítulo criminal nos
telejornais, sem qualquer remorso ou empatia, mesmo que inconscientemente. Isso
é a banalização da violência e a dramatização do crime (...) – a banalização está
diretamente ligada à ineficiência do Estado em prover ao cidadão a segurança
pública, a que o Estado está obrigado, de acordo com o art. 144, da
Constituição Federal de 1988 (CF/88). Compete ao Estado, por meio dos órgãos de
governo, assegurar níveis aceitáveis de segurança pública a todos os seus
cidadãos, devendo para isso ter uma administração da justiça equitativa e
eficiente. E essa obrigação não é apenas de regular a vida em sociedade, mas
também de promover o bem-estar geral a todos.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O debate em
torno da banalização da violência na sociedade contemporânea”, apresentando
proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.