Aquela fase odiada
pela maioria das pessoas, a adolescência, ganhou uma sobrevida de cinco anos.
Em vez de terminar aos 19, idade considerada na maioria dos países, um grupo de
cientistas defende que a adolescência se estende dos 10 até os 24 anos. O fato
de jovens estarem optando por estudar por um período de tempo mais longo, não
só até a faculdade, assim como a decisão cada vez mais frequente de adiar
casamento e maternidade/paternidade, estariam mudando a percepção das pessoas
de quando a vida adulta começa, dizem pesquisadores australianos em um artigo
publicado nesta semana na revista científica Lancet Child & Adolescent
Health. Para eles, a redefinição da duração da adolescência seria essencial
para assegurar que as leis que dizem respeito a esses jovens continuassem sendo
asseguradas. Outros especialistas, no entanto, dizem que postergar o fim da
adolescência pode mais adiante infantilizar os jovens. (...) No Brasil, a
permanência por cada vez mais tempo dos jovens na casa dos pais é uma marca da
chamada "geração canguru", nome dado pelo IBGE, em 2013, ao fenômeno
que engloba pessoas de 25 a 34 anos, que vem crescendo no país.
O fenômeno da
adultescência, também conhecido como adolescência prolongada, é a manifestação
na faixa etária da adultidade de condutas com imaturidade e comportamentos
característicos adolescentes. Essa condição é incompatível com os padrões de
condutas de adultos, pois há grande tendência a maior irresponsabilidade e
imaturidade girando em torno do mito da juventude eterna. O mito da juventude
eterna é também conhecido como Síndrome de Peter Pan, e acontece quando o
adulto não aceita a responsabilidade de crescer. Uma das características
típicas da adultescência é o prolongamento da moradia na casa dos pais, quando o
adulto, com a premissa de precisar ganhar mais dinheiro para poder sobreviver
por conta própria, evita a saída da casa dos pais. (...) Quando um adulto tem
dificuldades de se fixar em empregos ou de arrumar a própria cama, isso pode
ser um indicador da adultescência. (...) Além das dificuldades com a carreira e
as finanças, a imaturidade pode trazer dificuldades com o estabelecimento de um
relacionamento afetivo-sexual estável, monogâmico e saudável, fundamental para
o desenvolvimento pessoal em qualquer faixa etária.
https://assinvexis.org/artigos/uncategorized/imaturidade-adultescencia-eternos-adolescentes/.
Adaptado. Acesso em 3.out.2024.
Texto
III
No cenário
contemporâneo, observa-se um fenômeno intrigante: a adolescência estendida ou a
adultescência. Pesquisas indicam que jovens estão permanecendo mais tempo sob a
tutela dos pais, o que adia compromissos e responsabilidades da vida adulta. Essa
comodidade, muitas vezes proporcionada e incentivada pela própria família, pode
retardar o amadurecimento, a independência financeira e emocional do tutelado.
No contraponto, está a adultização, fenômeno pelo qual crianças são empurradas à
vida adulta. Ambas as situações, por ferirem o curso natural da vida, interferem
negativamente no desenvolvimento psicossocial da pessoa. Enquanto a
adolescência estendida pode ser um reflexo do superprotecionismo parental, a
adultização é atribuída ora aos apelos midiáticos, ora às necessidades
socioeconômicas. (...) Para encontrar o equilíbrio, a implementação de projetos
de vida, que ajudem os adolescentes a definirem metas pessoais e profissionais,
é estratégia eficiente.
Gislaine Buosi, educadora.
Texto
IV
PROPOSTA
DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores
seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa
sobre o tema: “Adolescência prolongada – impactos psicossociais na formação
do indivíduo”. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.