As últimas décadas vêm sendo marcadas por diversas crises humanitárias a
acometer diversas partes do globo, sejam elas guerras, desastres naturais ou
doenças. Tais crises acabam por ser responsáveis por uma das situações mais
graves, complexas e urgentes a serem solucionadas no mundo, que é a crise de
refugiados, um dos maiores desafios da história recente. Apesar das guerras e
conflitos terem ganhado certo destaque e relevância como os grandes agentes
causadores de tal fenômeno, estes fatores, apesar de importantes, não formam a
principal causa de grande parte do êxodo de refugiados. Ao contrário do senso
comum, grande parte dos deslocamentos forçados e refúgios no mundo se dão por
desastres naturais como alagamentos, terremotos, vulcões ou ciclones.
Aproximavam-se
agora dos lugares habitados, haveriam de achar morada. Não andariam sempre à
toa, como ciganos. O vaqueiro ensombrava-se com a ideia de que se dirigia a
terras onde talvez não houvesse gado para tratar. Sinha Vitoria tentou sossegá-lo
dizendo que ele poderia entregar-se a outras ocupações, e Fabiano estremeceu,
voltou-se, estirou os olhos em direção à fazenda abandonada. Recordou-se dos
animais feridos e logo afastou a lembrança. Que fazia ali virado para trás? Vidas Secas. Graciliano Ramos.
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Um
relatório do Banco Mundial projeta que até o ano de 2050 poderá haver mais de
17 milhões de latino-americanos (2,6% da região ou o equivalente à população do
Equador) deslocados pela mudança climática se não forem tomadas medidas
concretas para frear seus efeitos. “Os migrantes climáticos se deslocarão de
áreas menos viáveis, com pouco acesso à água e produtividade de cultivos, e de
áreas afetadas pela elevação do nível do mar e pelas marés de tempestade”, diz
o documento. As áreas que sofrerão o golpe mais duro, acrescenta, são as mais
pobres e vulneráveis.
Somos alertados o tempo todo para as consequências
dessas escolhas recentes que fizemos. E se pudermos dar atenção a alguma visão
que escape a essa cegueira que estamos vivendo no mundo todo, talvez ela possa
abrir a nossa mente para alguma cooperação entre os povos, não para salvar os
outros, mas para salvar a nós mesmos.”
Ideias para adiar o fim do mundo. Aílton Krenak. Adaptado.
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Êxodos. Sebastião Salgado.
Considerando-se as
ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar
pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de
vista sobre o tema: Refugiados ambientais e vulnerabilidade social.
Instruções:
A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma padrão da língua
portuguesa. Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o
espaço de 30 linhas da folha de redação. Dê um título a sua redação.