Por que rimos? Ninguém sabe. O riso
tem uma qualidade universal: todas as culturas têm seus contadores de piadas. E,
mesmo que a piada tenha graça só para uma cultura, as pessoas reagem sempre da
mesma forma. Não importa se a língua é completamente diferente, se a pessoa é
da Mongólia, um aborígene australiano ou um índio tupi, o riso é sempre muito
parecido, uma reação física a um estímulo mental.
Para compreender o riso, impõe-se
colocá-lo no seu ambiente natural, que é a sociedade; impõe-se sobretudo determinar-lhe
a função útil, que é uma função social (...). O riso deve corresponder a certas
exigências da vida comum. O riso deve ter uma significação social.
Henri
Bergson. O riso.
Texto 3:
Estudado com lupa há séculos, por
todas as disciplinas, o riso esconde seu mistério. Alternadamente agressivo, sarcástico,
escarnecedor, amigável, sardônico, angélico, tomando as formas da ironia, do
humor, do burlesco, do grotesco, ele é multiforme, ambivalente, ambíguo. Pode expressar
tanto a alegria pura quanto o triunfo maldoso, o orgulho ou a simpatia. É isso
que faz sua riqueza e fascinação ou, às vezes, seu caráter inquietante.
Georges
Minois. História do riso e do escárnio.
Texto
4:
Talvez o exemplo mais destacado de
artista com um uso constante do sorriso ao longo de sua produção seja Yue Minjun,
integrante do chamado Realismo Cínico chinês, que constantemente se
autorretrata com sorrisos especialmente exagerados, quase maníacos.
Influenciada pela história da arte oriental em sua representação de Buda e pela
publicidade, o que sua risada oculta é, na verdade, uma profunda crítica
política e social do país onde vive.
Considerando as ideias apresentadas
nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação
em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: As diferentes
faces do riso.