A revolução digital trouxe o maior meio de
comunicação que a humanidade já conheceu: a internet. Por meio dela, as pessoas
conseguem trocar informações em tempo real, emitir opiniões, pensamentos e se
expressar das mais diferentes maneiras. A internet é o principal mecanismo, nos
dias de hoje, para o exercício da liberdade de expressão. O conceito de
liberdade de expressão é extremamente abrangente e tem diversas implicações:
desde um cidadão expor sua opinião; um político, sua ideologia; um artista, sua
arte; um jornalista, sua investigação, e por aí vai.
Sempre repetimos o jargão: "o seu direito
termina quando começa o direito do outro", porque acreditamos ser um bom
parâmetro. E quais direitos, nestes casos, estão em jogo? Se, de um lado, há a
liberdade de expressão, do outro há a dignidade da pessoa humana, o direito à
vida privada, à imagem e à honra. Com essa contraposição fica mais fácil
perceber que a liberdade de expressão, apesar de fundamental e importantíssima,
não pode ser utilizada como desculpa para a prática de crimes e atividades
ilícitas - como é o caso dos discursos que incitam a violência contra à mulher,
dos discursos de ódio contra minorias, da difamação, da calúnia, da injúria e
até dos discursos de incentivo ao terrorismo.
Atualmente, vivemos no mundo cada vez mais
impessoal, em que as pessoas se utilizam das redes sociais para falar o que
pensam, acreditando que estão protegidas atrás de seus computadores e
celulares. Assim, alguém simplesmente pode postar um discurso de ódio e
simplesmente desligar o computador ou colocar seu celular no "modo
avião", não tendo que encarar direta e pessoalmente a repercussão dos seus
atos – isso tem aumentado os casos de discriminação e ofensas nos últimos anos.
No entanto, é importante lembrar que a
responsabilização não é automática, a fim de que um direito tão essencial para
uma democracia (liberdade de expressão) não seja diminuído sem razão. Para que
alguém seja responsabilizado, é necessário denunciar e levar o caso a um juiz,
para que ele analise o caso concreto e decida qual direito deve prevalecer – o que
quem se manifestou ou o de quem foi ofendido.
Para além do direito, temos as boas maneiras, a
educação e reputação. Em tempos de internet, as pessoas têm respondido com
twittaços, intervenções nas páginas e até boicotes. Quanto melhor as pessoas
conhecerem toda abrangência da liberdade de expressão, mais fácil será de
identificar uma violação, mais fácil será de não violar e mais fácil será de
conviver em sociedade em tempos digitais.
NEVES,
Felipe Costa Rodrigues. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/coluna/constituicao-na-escola/287487/liberdade-de-expressao-em-tempos-de-internet.
Adaptado. Acesso em 26.ago.2022.
COMANDO: Escreva um texto
dissertativo-argumentativo sobre o tema: Liberdade de expressão nas redes sociais – há limites?
SÓ PARA LEMBRAR...
Os textos dissertativos apresentam e discutem um
tema. Para escrever a dissertação, entre outros aspectos aprendidos em sala de
aula, é necessário:
1) apresentar o tema;
2) apresentar a tese (sua
opinião/posicionamento sobre o tema);
3) discutir o tema, amparando-se em
evidências, fatos, comparações, justificativas, exemplos, comentários de voz de
autoridade etc.;
4) finalizar o raciocínio, ou seja, desfechar o texto, retomando
e reforçando seu ponto de vista.
IMPORTANTE!
Se você já tinha o hábito de ler jornais e assistir
a documentários, a partir de agora, isso vai ajudar você a fundamentar sua
discussão. Afinal, só é possível discutir, ou seja, defender um ponto de vista,
quando se tem conhecimento sobre o assunto. Se não for assim, bem
provavelmente, a dissertação pode ficar bem próxima do senso comum, quer dizer,
bem próxima daquilo que todo mundo diz.
Os textos acima ajudam você a pensar um pouco mais
sobre o tema – e quanto mais você ler sobre ele, mais repertório, quer dizer, mais
conteúdo você terá para desenvolver sua dissertação. E então? Que tal você ler
mais alguma matéria (pode ser na net) sobre a “Internet e liberdade de
expressão”, antes de começar a escrever?!