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VALORES PARA TORNAR PESSOAS MAIS HUMANAS

DISSERTAÇÃO MODELO UNIMONTES – ID: J6R


Texto 1

A felicidade segundo o filósofo Zygmunt Bauman

O filósofo Zygmunt Bauman, que faleceu em 9 de janeiro, aos 91 anos, falou com Valeria Arnaldi, do jornal italiano Il Messaggero, sobre felicidade. Foi uma de suas últimas entrevistas.

V.A.: Professor Bauman, o que significa hoje “felicidade”?

Bauman: (...)As ideias de felicidade são muitas, mas que podem ser remetidas a duas categorias. A visão mais popular é a de uma vida plena de momentos agradáveis, sem problemas e desafios. A outra nos foi mostrada por Goethe. Já idoso, perguntaram-lhe se, ao longo da vida, tinha sido feliz. Ele respondeu que sim, mas que não se lembrava de uma única semana em que o tivesse sido. Isso implica que ser feliz não significa não ter dificuldades, e sim superá-las.

V.A.: A atualidade mudou essas visões?

Bauman: Definir o que significa ser feliz é muito complexo. A própria ideia de felicidade parece conter em si o pressuposto da sua não existência no mundo. A felicidade deve ser conquistada, mas, no nosso sistema de consumidores, vendem-se promessas de algo que nos fará nos sentirmos melhor. O mercado, em teoria, deveria aspirar a satisfazer todas as necessidades. (...) Satisfazer os consumidores, na realidade, é o pesadelo do mercado: envolveria não ter mais nada para vender. Os especialistas, portanto, sabem nos manter continuamente insatisfeitos. A publicidade nos promete que seremos felizes com o novo celular, por exemplo, mas ela tinha feito o mesmo para o modelo anterior, e vai refazer para vender o próximo.

V.A.: O capitalismo está condenado, portanto, à infelicidade?

Bauman: A atitude do sistema encoraja a ideia de que há algo que pode resolver todos os problemas e alimenta constantemente tal convicção. Isso torna os momentos de felicidade muito curtos. O problema é que somos constrangidos a gastar o dinheiro que ainda não ganhamos para comprar coisas das quais não precisamos, a fim de impressionarmos pessoas que não nos importam muito. Esse é o caminho para alongar os momentos de infelicidade.

V.A.: É preciso repensar o nosso modo de nos imaginarmos satisfeitos?

Bauman: É preciso redescobrir o prazer de comunicar. Eu não me refiro aos tuítes, mas a conversas de verdade. Há uma grande diferença entre encontros virtuais e tradicionais. Para voltar aos acontecimentos ao estilo antigo, cada um deveria diminuir as suas próprias demandas, mas o mercado tenta levantar as expectativas e faz isso nos forçando a pensar, desde crianças, que cada momento de felicidade deve ser melhor do que o anterior. Cada instante desperdiçado é uma chance de felicidade perdida.

Disponível em: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-felicidade-segundo-o-filosofo-zygmunt-bauman/. Adaptado. Acesso em: 26.ago.2024.


Texto 2

Em seu livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles consagrou a “ética do meio-termo”. Sob a efervescência cultural de seu tempo, o filósofo defendia que o prazer e o estudo se confrontam para disputar o melhor meio de vida. No entanto, a sobriedade de nosso filósofo o fez optar por um caminho que condene ambos os extremos, sendo, pois, os causadores dos excessos e dos vícios. A medida usada por Aristóteles procurava o caminho do meio – entre vícios e virtudes – a fim de equilibrar a conduta do homem com o seu desenvolvimento material e espiritual. Assim, entendido que a especificidade do homem é a de ser um animal racional, a felicidade só poderia se relacionar com o total desenvolvimento dessa capacidade. A felicidade é o estado de espírito a que aspira o homem e para isso é necessário tanto bens materiais como espirituais.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-concepcao-felicidade-na-Etica-aristotelica.htm. Adaptado. Acesso em 26.ago.2024.


Texto 3

A noção de nobreza, hoje mais próxima às humanidades do que aos títulos que rebaixavam pessoas pobres e leigas à vassalagem, é qualidade a ser garimpada no meio social – atribui-se a nobreza àqueles que atentam aos direitos humanos, os quais abarcam, não só as letras constitucionais, como também – e principalmente – atitudes assistencialistas, propensas a repartir o pão e o cobertor, e a respeitar a liberdade e o espaço do outro. (...) Entende-se, basicamente, que o conceito de justiça social esteja relacionado a ações político-sociais voltadas para compensar e até mesmo acabar com as desigualdades sociais. Esse é o compromisso do Estado, em busca da felicidade de seus tutelados.

Gislaine Buosi, educadora


PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos, elabore, em 20 linhas, uma redação dissertativo-argumentativa. Sua redação deve apresentar um ponto de vista por meio de argumentos, isto é, uma tese (introdução), um desenvolvimento argumentativo que comprove a tese, e uma conclusão, com estilo de língua formal adequado a essa escrita e que responda à seguinte pergunta temática: Quais valores concorrem para tornar as pessoas mais nobres, felizes, em síntese, mais humanas? 

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