MORANGO DO AMOR – MANIFESTO
– ID: KYY
LEITURAS:
O “morango do amor” virou febre:
aparece em vídeos com milhões de visualizações, brilha nas vitrines como uma
joia comestível e desperta um desejo quase infantil. Mas por que será que um
simples morango coberto por uma camada de açúcar desperta tanto fascínio?
Freud também nos mostra que nossos
desejos mais intensos nem sempre são aceitos — por isso são recalcados,
empurrados para fora da consciência. Mas o desejo recalcado não desaparece: ele
retorna disfarçado em sonhos, lapsos, sintomas... ou em escolhas aparentemente
banais, como a vontade repentina de comer um doce. A psicanálise tem muito a
dizer sobre isso. O que parece ser apenas um doce pode, na verdade, tocar em
camadas profundas do nosso inconsciente.
Winnicott, psicanalista britânico,
descreveu os objetos transicionais: como uma fraldinha, que ajuda o bebê a
suportar a ausência da mãe. Esses objetos criam uma zona de conforto entre o eu
e o mundo.
Na vida adulta, os objetos
transicionais se transformam. Um perfume, um filme, uma música... ou um doce. O
“morango do amor” pode funcionar como esse refúgio emocional: um instante de
suspensão da realidade, que acalma, aquece e ocupa simbolicamente o lugar de
algo perdido, ou nunca plenamente vivido.
Disponível
em: https://www.renatacarvalhobritto.com.br/post/morango-do-amor-quando-o-desejo-inconsciente-vira-tend%C3%AAncia-viral.
Acesso em 19 set.2025. Adaptado.
Enquanto alguns dizem que não
aguentam mais ver morango do amor no feed, essa febre veio na hora certa para
aquecer o mercado, tanto do lado dos produtores quanto dos pontos de vendas. Enquanto
o morango some das prateleiras e a oferta não supre a demanda, muitos
confeiteiros também estão faturando alto com a produção dos doces. Lojas com
filas, pessoas esperando ansiosamente sua vez de comprar, encomendas batendo
recordes e morango faltando no mercado.
RODARTE,
Henrique. Disponível em: https://agroemcampo.ig.com.br/2025/noticias/morango-do-amor-movimenta-economia-e-vira-oportunidade/.
Acesso em 19 set.2025.
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: Antes de começar a escrever, reflita sobre a “febre”
em torno do morango do amor. Questione, levante hipóteses sobre o tema: simples
guloseima?, modismo?, comércio?, refúgio emocional?, recalque? etc., e então
escreva um MANIFESTO a ser veiculado nas redes sociais. Até o final do
texto, além das argumentações, não apenas deixe claro seu posicionamento sobre
o tema, como também chame/convença os internautas a aderirem ao manifesto.
O que é manifesto?
O MANIFESTO
é um gênero textual de caráter sócio-político, e, desse modo, apropria-se do
tipo dissertativo para expor, discutir, denunciar, pedir, atraindo a opinião
pública e convocando a comunidade a enfrentar a problemática ali tratada ou a
aderir à causa defendida pelo manifestante. Desse modo, o manifesto torna-se uma
ferramenta legítima para intervenções populares, capazes de provocar mudanças
nos diretrizes sociopolíticas.
Como fazer? Não há uma estrutura fixa a ser seguida. As argumentações do manifestante
devem fundar-se em informações factuais. O vocabulário deve ser acessível.
Geralmente, no corpo do manifesto, os verbos apresentam-se no presente do
indicativo; no final, verbos no imperativo. O manifesto é assinado pelo
manifestante e, eventualmente, por pessoas que o apoiam – nesse caso, ganha
caráter de abaixo-assinado. O título do manifesto, frequentemente, adianta a
questão denunciada ou a causa defendida ao longo do texto. Por exemplo:
MANIFESTO DOS ALUNOS
DO ENSINO MÉDIO
CONTRA AS FAKE
NEWS NO AMBIENTE ESCOLAR
Antes de começar a
redigir um manifesto, é preciso pensar: Qual é o
motivo/ a causa de pedir, ou seja, de manifestar? Quem é o público-alvo? O
protesto é contra quem: instituições governamentais, particulares, sociedade,
indústria...? O protesto é em favor de quem: meio ambiente, determinado
segmento social...? Que reclamação/pedido/protesto se faz?