EM - DISSERTAÇÃO - MODELO UERJ - MATERNIDADE COMPULSÓRIA - O CONTO DA AIA
UERJ
MODELO UERJ – ID: IR9
OBRA LITERÁRIA “O CONTO DA AIA” – MARGARETH
ATWOOD
Tema: Maternidade compulsória
A
Universidade Estadual do Rio de Janeiro selecionou a obra “O conto da aia”, de
Margareth Atwood, romancista canadense, para base do tema da redação do
vestibular de 2025. O livro, referência na literatura feminista, foi
originalmente publicado em 1985.
Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-uma-mulher-sentada-ao-lado-da-estatua-3778550/. Acesso em 15.mai.2024.
Em
linhas gerais, “O Conto da Aia” é um romance distópico, cujo enredo é ambientado
em um futuro próximo, na República de Gilead, uma teocracia totalitária que
tomou o lugar dos Estados Unidos da América. Em Gilead, as mulheres têm seus
direitos completamente retirados e são categorizadas estritamente com base em
suas funções: esposas (mulheres dos comandantes), aias (mulheres férteis
forçadas a servirem como reprodutoras), marthas (servas e cozinheiras), e tias
(instrutoras das aias).
A
protagonista do enredo é Offred, uma aia cujo nome significa "De
Fred" - ou seja, pertencente a Fred, um Comandante a quem ela serve. Offred,
antes da ascensão de Gilead, tinha uma vida normal com seu marido e filha, mas,
após o golpe de Estado, ela é capturada enquanto tenta fugir para o Canadá, e é
forçada a se tornar uma aia. Seu papel é procriar com o Comandante durante
cerimônias rituais (enquanto a Esposa dele está presente), numa tentativa de
remediar a queda drástica nas taxas de natalidade.
A
narrativa de Offred intercala suas experiências atuais com flashbacks de
sua vida antes e durante o início de Gilead, revelando a perda progressiva de
direitos das mulheres e a ascensão do regime opressivo. Offred, apesar de viver
em constante vigilância e opressão – institucionalizadas –, encontra maneiras
de resistir – chega, inclusive, a ter um relacionamento com Nick, o motorista
do Comandante.
Offred
e Nick desenvolvem um relacionamento íntimo, que é tanto uma forma de conforto quanto
de resistência ao regime opressivo em que vivem. Este relacionamento é complexo
e cheio de riscos, dado o contexto autoritário e as severas punições para tais
atos de desobediência.
O
livro explora temas como o poder e a autonomia pessoal, a subjugação das
mulheres e o uso da religião como instrumento de controle. A história termina
em um tom ambíguo, com Offred sendo levada por membros da resistência (ou pela
polícia secreta de Gilead) para um destino desconhecido.
Prof.ª Gislaine Buosi
CONTEXTUALIZAÇÃO:
A leitura de “O conto da aia” leva o leitor à sólida constatação da
vulnerabilidade das liberdades individuais das mulheres, em especial à
autonomia corporal. A escrita visceral de Margareth Atwood joga luz em
situações que nos remetem ao Brasil colonial, época em que mulheres indígenas e
africanas estavam suscetíveis a relações sexuais forçadas, tanto para deleite
dos homens, quanto para a procriação. Atualmente, há países, entre os quais
Japão, Coreia do Sul e Rússia, preocupados com a queda da natalidade e que, por
isso, já têm estratégias para estimular casais a terem mais filhos. Sem dúvida,
a obra sob análise aborda tema complexo não só ao longo da história, como também
da atualidade e, segundo a distopia provocada pela autora, do futuro.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura do romance “O conto e aia” e de
suas próprias reflexões sobre o tema levantado pela autora, escreva uma redação
argumentativo-dissertativa, em prosa, de 20 a 30 linhas, sobre o seguinte tema:
O dilema contemporâneo da maternidade – ideal da mulher ou atendimento
compulsório ao Estado?