EM - CRÔNICA DESCRITIVO-REFLEXIVA - CRIANÇAS SÍRIAS RECEBEM AJUDA
CRÔNICA - EM
A MENINA QUE SORRI PARA ALÉM DA JANELA
CRÔNICA
DESCRITIVO-REFLEXIVA
ID: GHU
IOM / Muse Mohammed Niños sirios en uno de los hogares que
reciben ayuda para comprar alimentos 20 Julio 2018 Migrantes y refugiados
A Agência da ONU para Refugiados pede
a todas as partes na Síria que forneçam trânsito seguro para 140.000 civis
deslocados no sudoeste do país para que possam receber ajuda e abrigo. A ONU
Direitos Humanos condenou o assassinato de Abraham Hernandez González, defensor
dos direitos dos povos indígenas, em Oaxaca, México.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Observe
atentamente o texto acima (imagem e informação), analise-o, e então redija uma
crônica descritivo-reflexiva de, aproximadamente, 25 linhas.
Antes de escrever, “dialogue” com a
menina que sorri por entre os estilhaços, repare os cabelos despenteados, os
olhos – o que sugerem?, o menino tímido, o raio de sol... O que será que a
menina vê para além do vidro estilhaçado?
Atribua um título ao texto. Não
economize sensibilidade!
O que é crônica descritivo-reflexiva?
A descrição reflexiva vai muito além do registro objetivo
daquilo que se pretende “desenhar” com palavras. É a apreensão daquilo que nem
sempre se vê – é o contato com o “de dentro” de pessoas ou coisas. É preciso
que o escritor tenha sensibilidade e perceba situações que transcendem o olhar
comum e superficial. Os apontamentos são subjetivos, a partir de percepções,
reflexões e experiências do próprio escritor.
O que se avalia numa crônica descritivo-reflexiva é a
capacidade de o aluno provocar os apelos da alma em choque com o mundo contemporâneo,
por vezes caótico, em razão dos desequilíbrios sociais (guerra, abandono, pobreza,
desigualdade, avareza, corrupção etc.).
Nesses textos, a função da linguagem não é informativa, e
sim poética e expressiva.
Nas reflexões, como o próprio termo sugere, importa o
registro da sofisticação, da inquietação e da intensidade do pensamento. A
linguagem figurada (metáfora, sinestesia, personificação etc.) pode ser importante
aliada às crônicas descritivo-reflexivas.
No fragmento abaixo, do escritor Graciliano Ramos, com
adaptações, temos um exemplo de texto predominantemente descritivo-reflexivo:
Meu avô materno era alto e magro, de
cabelos e barba como pasta de algodão, não desperdiçava tempo em cantiga, nem
se fatigava em miuçalhas. (...) A voz lenta, nasal, pigarreada pelo excesso de
tabaco, rolava com um ronrom descontente que nos arranhava os ouvidos, depois
se insinuava, se adocicava, tomava a consistência de goma. Tínhamos a impressão
de que a fala ranzinza nos acariciava e repreendia. Os gestos eram vagarosos.
Homem de imenso vigor, resistente à seca, ora estava na prosperidade, ora no
desmantelo, reconstruindo a fortuna, corajoso, com as mãos duras.