VOLTAR PARA OS TEMAS
EM - CONTO SOCIAL - ANDARILHA
CONTO
CONTO
SOCIAL – D. OLGA – ID: JN3
Você
já sabe, mas não custa lembrar...
Contos
são narrativas curtas – o conto escolar tem, aproximadamente, trinta linhas. É
preciso pensar em elementos como trama (história), personagens, narrador, tempo
e espaço.
Atenção à estrutura tradicional do
conto: apresentação das personagens, com a inserção delas
no tempo e no espaço; complicação (envolvimento das personagens), clímax
(instante de maior suspense) e desfecho (final da história).
No
gênero “conto”, embora seja predominantemente narrativo, há aspectos
descritivos, para que, em especial, as personagens e o espaço/ambiente sejam
bem apresentados ao leitor, que os “enxergará” da maneira como o escritor os
“desenhou” – descrever é desenhar com palavras! Por ser um texto relativamente
breve, o conto trabalha com um número limitado de personagens.
Ao
final, espera-se que o texto contenha respostas para as seguintes
perguntas:
ü O
quê? – fatos que compõem a história/trama;
ü Quem?
– personagens que vivem a trama;
ü Onde?
– lugar onde ocorrem os fatos;
ü Como?
– a maneira pela qual se desenvolvem os fatos;
ü Por
quê? – a causa dos fatos/acontecimentos;
ü Quando?
– o momento/a época em que ocorrem os fatos;
ü E
então... – final da trama.
O
que distingue um conto social dos demais é o fato de tratar de temas que
envolvam, em especial, acontecimentos muito próximos à realidade de personagens
socialmente marginalizadas, ou seja, personagens que em muito se assemelham a
pessoas desprivilegiadas. Há certo aceno a denúncias de injustiças ou de
desatenção aos direitos humanos. Temas como: desigualdade social, fome e
insegurança alimentar, preconceito, pessoas em situação de rua, bullying etc.,
podem ser pano de fundo para os contos sociais.
Texto-base
para a atividade:
Quando
os olhos se voltam à representatividade feminina nas narrativas literárias, percebe-se
que hoje a mulher tem protagonizado enredos, com a crueza da realidade que as
cerca. (...) As andarilhas, com pés firmados no tempo, carregam histórias de
vida, dignas de povoarem enredos que ainda estão por vir. (...) Análise à parte,
fora do universo da ficção, não me esqueço do dia em que D. Olga (só mais tarde
soubemos o nome dela) foi, praticamente, despejada de um caminhão de mudanças –
um sobrinho parecia querer livrar-se dela, como quem se livra de um feixe de
ferro-velho. Eu mesma fui ajudá-la a saltar da boleia – ou melhor, ela não
saltou; eu a tomei no colo, não mais de 40kg, rosto miúdo e olhos anuviados.
Quando lhe perguntei o nome, ela respondeu-me a data do aniversário. Tornei a
perguntar; tornou a responder. Trocamos um sorriso. Assim que o motorista abriu
o baú, dispus-me a descarregar os móveis (que seriam acomodados num cômodo
cedido por não sei quem), e então vi que, de fato, não havia mobília, e sim um
colchão gasto e um amontoado de sacolas de plástico, badulaques, raiz de
mandioca, balde – tudo isso, visto por cima das sacolas, e então era de se
imaginar o que haveria dentro delas. (...)
Gislaine Buosi, escritora
COMANDO: Escreva
um CONTO SOCIAL, entre 25 e 30 linhas. Crie duas ou três personagens
para contracenar com D. Olga. Aproveite ao máximo os dados fornecidos ao longo
do texto de Gislaine Buosi.
Leve
ao seu leitor o conto social mais bem escrito de todos os tempos! Invista
também em aspectos descritivos, para dar mais “colorido/vida” às cenas. Não
economize sensibilidade!
SUPER DICAS:
ü Esteja certo de que
ninguém pensaria naquilo em que você pensou – isso é ser original.
ü Não tenha preguiça de
escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o
terceiro, muito, muito melhor do que o segundo...
ü Até
o final de seu conto, o leitor deverá encontrar respostas para: o quê?, quem?,
como?, quando?, por quê?, e então...
ü Antes
de entregar sua produção textual ao corretor, releia o que escreveu, faça a
autocrítica e a autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido,
se as frases e os parágrafos estão bem ligados), se os fatos obedecem a uma
sequência cronológica e não se atropelam, se não há repetições nem sobra de
palavras, se a ortografia, a pontuação, a acentuação gráfica e os plurais estão
corretos.