A ENTREVISTA é um texto jornalístico, que consiste no diálogo entre entrevistador (quem faz as perguntas) e entrevistado (quem responde às perguntas). Depois o diálogo é transcrito*.
* transcrever: escrever o que foi ouvido.
Como fazer?
Antes das perguntas e respostas, é preciso apresentar brevemente o entrevistado e o tema da entrevista. Em seguida, alternam-se perguntas (do entrevistador) e respostas (do entrevistado). São utilizadas rubricas (nomes) que identificam o entrevistador e o entrevistado. Geralmente, há título, com o nome do entrevistado, seguido de uma frase importante (tirada das falas do entrevistado).
IMPORTANTE: O entrevistador precisa estar atento na elaboração das perguntas, que devem ser objetivas/curtas. As falas do entrevistador têm de ser menores que as do entrevistado. Devem ser evitadas perguntas cujas respostas apenas “sim” ou “não” – é preciso puxar a língua do entrevistado!
PRODUÇÃO DE TEXTO: Você deverá entrevistar, ainda que imaginariamente,
Luiz Gonzaga (1912-1989), conhecido com o “Rei do Baião”, pela valorização dos
ritmos nordestinos. Para essa atividade, baseie-se na biografia que aqui está
disponibilizada a seguir.
É fácil: leia o texto, grife informações importantes –
elas serão as “respostas” às perguntas que você vai compor.
BIOGRAFIA: Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião"
(1912-1989), foi um músico brasileiro que revolucionou a música nacional com a
valorização e a popularização dos ritmos nordestinos, entre os quais o baião, o
xote e o xaxado. Nasceu em Exu, Pernambuco. Era filho de um sanfoneiro conhecido
do lugar. Tinha uma família numerosa – pai, mãe e 7 irmãos. Luiz Gonzaga, desde
cedo mostrou inclinação para a música, preferindo a sanfona aos trabalhos na
roça. Aos 13 anos, comprou sua primeira sanfona e começou a tocar em festas
locais, pressentindo que seu destino seria a música. Em 1929, após conflitos
familiares, fugiu de casa e acabou alistando-se no Exército, onde aprimorou
suas habilidades musicais. Em 1939, já no Rio de Janeiro,
Gonzaga começou tocando em bares e cabarés, mas foi no rádio que encontrou seu lugar, ganhando notoriedade ao
incorporar músicas do sertão nordestino em seu repertório.
Sua parceria com o compositor Humberto Teixeira foi
decisiva – criaram, juntos, canções icônicas como "Asa Branca", que
expressa o sofrimento do povo do sertão diante da seca. Outra parceria
produtiva foi com o médico Zé Dantas, com quem compôs diversos sucessos.
Gonzaga gravou mais de 70 músicas, fez sucesso no rádio e lutou para cantar e
gravar músicas nordestinas.
Luiz Gonzaga não apenas deixou um tesouro musical, como
também um legado familiar. Seu filho, Gonzaguinha, nascido de seu
relacionamento com Odaléia Guedes dos Santos, também se tornou um músico
influente. Gonzaga casou-se com Helena Neves Cavalcanti, com quem criou
Gonzaguinha e adotou uma filha.
Após uma batalha de seis anos contra o câncer,
Gonzaga faleceu em 1989. Sua vida e música foram celebradas em 2012, no
centenário de seu nascimento, com o filme "De Pai Para Filho", que
explorou a complexa relação entre ele e Gonzaguinha. Suas canções, como
"Luar do Sertão", "Baião", "Xote das Meninas",
"Danado de Bom" e muitas outras, continuam vivas, perpetuando seu
espírito inovador e sua importância para a cultura brasileira.