A TIRINHA é uma sequência de quadrinhos (de dois a seis, geralmente) que, com ironia e bom humor, faz uma análise dos valores sociais. A ironia é um recurso, por meio do qual se diz, em tom de provocação/gracejo, exatamente, o contrário daquilo que deveria ser dito.
O humor instigante das tiras não pode, em hipótese nenhuma, ser grosseiro ou preconceituoso – isso quer dizer que não se pode manifestar contra religião, raça, classe social, origem etc.; se isso acontecer, o quadrinhista (autor de tiras/quadrinhos) pode até responder judicialmente pela ofensa aos direitos humanos. Assim, é possível afirmar que tiras e piadas não são expressões sinônimas! As tiras devem ter criticidade, e não, necessariamente, comicidade. Com as piadas ocorre exatamente o oposto: as piadas privilegiam a comicidade.
As tiras são veiculadas em jornais, revistas e em sites da Internet.
COMO FAZER?
A sequência de quadros mistura textos verbais (linguagem escrita – poucas falas) e não verbais (imagens). O vocabulário é simples e bem selecionado – ainda que seja um gênero textual tocado a bom humor, não convém usar palavrões nem quaisquer outros registros chulos.
Passo a passo:
1. Busque, no cotidiano, uma situação para ser ironizada/criticada – pessoas que estão viciadas no celular, que jogam lixo nas ruas, que atravessam fora da faixa de segurança, que não respeitam o estacionamento exclusivo aos idosos, que não respeitam filas, que ouvem música com volume excessivo, que gostam de falar da vida alheia etc., etc.
2. Apresente a situação em cenas, numa sequência lógica – escreva (com ou sem balão) e ilustre.
3. Pense num final irônico, que seja contrastante com as primeiras cenas.
Por exemplo:
. Primeiro quadrinho: dois garotos, sentados no banco da praça, comem lanche e bebem refrigerante, enquanto conversam;
. Segundo quadrinho: jogam papéis e latas no chão;
. Terceiro quadrinho: um vento forte levanta poeira, ciscos, papéis;
. Quarto quadrinho: os dois garotos reclamam da prefeitura, que não conserva a praça limpa.