Resumir é apresentar certo conteúdo, quase sempre escrito, de modo seletivo e breve.
Um resumo deve ser:
Conciso, obviamente: corte, quando não forem determinantes ao assunto principal, os exemplos dados pelo autor, detalhes/dados secundários.
. Em textos narrativos, convém eliminar os discursos diretos – dê preferência aos discursos indiretos, pois são mais econômicos; é preciso mencionar: fato/ação principal, personagens principais (por vezes, é possível eliminar figurantes), além dos elementos: quando, onde e como?, por quê (se houver justificativa)? e desfecho.
. Em passagens descritivas, convém economizar, o quanto possível, adjetivos e advérbios, sobretudo os repetidos ou inexpressivos.
. Em textos dissertativos, comece grifando as palavras-chave (substantivos e verbos) de cada parágrafo ou sentença; detecte o assunto/a questão central e o ponto de vista do autor sobre o assunto; veja se há intercalações desnecessárias ou excesso de organizadores textuais (conjunções), e corte-os; faça um apanhado dos principais argumentos pertinentes ao assunto central.
. Em textos informativos, conserve as informações principais; corte as secundárias/complementares, principalmente aquelas que não modificam/interferem no entendimento da informação principal.
Pessoal: escrito com palavras próprias; é o resultado da sua leitura do texto-base.
Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as ideias centrais do texto-base, de preferência na ordem em que foram apresentadas. Cuidado com a coesão textual – o uso correto das conjunções, preposições e pronomes.
IMPORTANTE: O resumo não comporta comentário acerca do tema nem do posicionamento adotado pelo autor do texto-base.
COMANDO: Imagine que você seja o redator de uma revista de grande circulação, e tenha de enviar o texto abaixo para a Redação. Ocorre que o espaço destinado a publicações desse tipo de matéria é limitado, e cabe a você fazer um RESUMO do texto. Escreva de 12 a 15 linhas.
LEITURA:
Tomar mais de 450ml de refrigerante por dia eleva risco cardíaco em
jovens
O consumo diário de refrigerantes por adolescentes, inclusive aqueles refrigerantes
que levam nos rótulos a descrição de zero, diet ou light, pode ser considerado
um fator de risco cardiovascular e está associado a sobrepeso, obesidade e
hipertensão – é o que mostra um estudo conduzido na UFPB (Universidade Federal
da Paraíba). Os autores avaliaram, por meio de questionários alimentares, os
dados de cerca de 37 mil adolescentes brasileiros com idades entre 12 e 17
anos. Foram também investigados os perfis glicêmico e lipídico dos indivíduos
por meio de diagnósticos laboratoriais, além do que foram feitos exames físicos
para avaliar pressão arterial, índice de massa corporal (IMC), entre outros
indicadores. Os registros foram fornecidos pelo Estudo de Riscos
Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), realizado em 1.251 escolas de 124
cidades do país.
A pesquisa apontou que o consumo de bebidas açucaradas industrializadas
ocorre frequentemente na dieta dos adolescentes, e que porções diárias de
refrigerantes, a partir de 450ml, podem estar associadas a excesso de peso e
hipertensão, inclusive na categoria zero, light ou diet. Sabe-se que as
calorias líquidas não garantem o mesmo nível de saciedade das calorias sólidas
e, por isso, o consumo de bebidas açucaradas leva a um aumento calórico na
dieta. Além disso, itens diet ou light carregam boas doses de sódio, o que pode
influenciar no aumento da pressão arterial. "Os dados nos surpreenderam
porque esses jovens acabam desenvolvendo fatores de risco cardiovascular muito
precocemente, o que pode trazer impactos significativos pelo maior tempo de
exposição a esses fatores", diz a enfermeira Ana Flavia Britto, uma das
autoras do estudo. De acordo com a especialista, limitar o consumo desses itens
pode reduzir o ganho de peso e as doenças relacionadas – como as
cardiovasculares, a principal causa de morte no Brasil. "Já existem
políticas públicas sendo implementadas mundialmente nesse sentido", diz
Britto. "Mas mudar hábitos alimentares considerados inadequados envolvem
múltiplos fatores que precisam ser melhores compreendidos no contexto da
adolescência em inquéritos nacionais", conclui.
Campeãs de consumo
Os refrigerantes são as bebidas com maior consumo diário per capita no
Brasil. Em média, a ingestão na região Sul do país é o dobro da registrada no
Norte e no Nordeste, segundo dados da pesquisa de orçamento familiar de
2017/2018. Nas últimas décadas, a frequência e a quantidade do consumo
aumentaram muito no mundo. O aumento de riscos cardiovasculares na adolescência
é um problema de saúde pública e o consumo diário de bebidas açucaradas pode
ser compreendido como um fator de risco relevante para desenvolvimento de
doenças.
CUPANI, Gabriela. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/01/24/tomar-mais-de-450-ml-de-refrigerante-por-dia-eleva-risco-cardiaco-em-jovens.htm.
Adaptado. Acesso em 8.fev.2023.