Há
tempos, queria passar as férias num lugar que, ao mesmo tempo, fosse recreio,
arte e História do Brasil. Busquei no Google alguma dica de lugares com esse
perfil, e descobri o Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, a
seiscentos quilômetros de São Paulo – sem dúvida, era o melhor destino a a uma
professora de História e Literatura!
A
rodovia Fernão Dias estava em manutenção. (...) Cheguei a Brumadinho, já
passava da meia-noite. (...) Hospedei-me no Palace Hotel, bem próximo ao
Inhotim. Na porta do hotel, havia a
réplica de um Papai Noel, prestes a subir no trenó! (...) Mal podia esperar
pelo dia seguinte (...). A paisagem que enfeita os quase oito mil metros
quadrados do Instituto disputa lugar com espaços de arte moderna – aliás, o
Inhotim é o maior museu a céu aberto do mundo. (...)Prolonguei minha estada no hotel, e fui conhecer o museu de Brumadinho,
a cidadela de 35 mil habitantes (...), que começou a ser colonizada quando os
"insubmissos" da Guerra dos Emboabas ali se arrancharam, fugindo da
repressão dos intendentes da Coroa Portuguesa (...). O garimpo, ou melhor, a
derrama (cobrança do quinto devido à Coroa), foi o estopim para a Inconfidência
Mineira (...). No retorno, logo em São Joaquim de Bicas, a pista estava
interditada, por conta de uma boiada que estava sendo conduzida de um lado a
outro da pista (...). Cheguei em casa para a ceia de Natal.
***
Como você pôde perceber, por meio do relato acima,
a autora reconstitui uma viagem de férias. Há nesse fragmento elementos
fundamentais a esse gênero textual, como: apresentação, ainda que superficial,
da relatora (professora de História e Literatura); indicações da época em que
acontecem os fatos (dias antes do Natal); do trajeto (rodovia Fernão Dias); da
distância (a 600 quilômetros de São Paulo); do horário da chegada (já passava
da meia-noite); descrição do espaço, com contextualização histórica (cidadela
de 35 mil habitantes; época da colonização; Inconfidência Mineira; arquitetura
barroca); informação de que houve um incidente (boiada na pista); dia do retorno
(Natal).
Nota-se, ainda, que há organização
temporal/cronológica. Escrito, geralmente, na 1ª pessoa do singular, o Relato
de Viagem assemelha-se a um diário de bordo, e tem caráter propagandístico do
lugar visitado. Os incidentes, ao longo da viagem, também são relatados.
COMANDO: O fragmento de texto literário, recolhido de um
romance de Gislaine Buosi, e o texto não-verbal são o ponto de partida para a
escrita de seu RELATO DE VIAGEM:
Ontem cheguei de viagem, já passava das onze da
noite, mas, mesmo assim, desfiz as malas, e então, enquanto eu procurava meu
fone de ouvido, topei com uma folha de caderno dobrada. Era um bilhete: “Nunca
vou me esquecer do instante em que você, com muita coragem, me estendeu a mão. Valeu!
Isso é coisa de amigo de verdade!”
Perceba que ambos os textos sugerem uma viagem a
passeio. Imagine o que tenha acontecido, em especial, com você e um amigo, ao logo
do percurso ou da permanência num lugar distante da cidade. Qual o nome desse amigo? Passaram por algum
perigo? Levante mil hipóteses! Crie um relato original.
Escreva, aproximadamente, 25 linhas. Atribua
um título ao texto.