"ALÔ, ALÔ, MARCIANO!" - RITA LEE
NARRATIVA DE FICÇÃO CIENTÍFICA
ID: HPN
Texto I
Alô, alô, marciano!
Aqui quem fala é da Terra.
Pra variar, estamos em guerra.
Você não imagina a loucura...
O ser humano tá na maior fissura, porque
Tá cada vez mais down in the high society!
(Letra de Rita Lee, interpretada por Elis Regina – lançamento
em 1980.)
A música “Alô, Alô Marciano”, um dos maiores
sucessos do repertório de Elis Regina (1945-1982), uma das mais talentosas
intérpretes da música brasileira. Seu estilo, ao mesmo tempo ousado e
artístico, deslizou por diversos gêneros musicais, entre os quais a bossa nova,
o rock, o jazz e a MPB. O talento de Elis Regina ia para além da interpretação –
ela era politicamente engajada, o que fazia de suas letras uma contundente
marca contra as mazelas sociais – aliás, vários artistas contemporâneos a Elis
Regina foram perseguidos, exatamente, por conta dessa postura irreverente e
contestatória. A composição “Alô, alô, marciano!” é de Rita Lee (1947-2023) –
percebe-se que um terráqueo denuncia/reclama a um extraterrestre a respeito da
dificuldade de viver na Terra, por conta das desigualdades sociais. O protesto
vem de encontro aos discursos populistas de então, segundo os quais a situação
no Brasil era economicamente estável.
Texto II
Fontes:
Acesso
em 29.mai.2023.
CONTEXTUALIZAÇÃO: A partir dos textos de apoio, imagine que um terráqueo,
por meio de um único contato, denuncie situações de guerra (conforme recortes,
do Texto 2) a um marciano (conforme consta no Texto 1). “Isso não pode
continuar!” – foi a reação do marciano, que passa a tomar providências em favor
dessa causa.
COMANDO: O contexto traz uma interessante situação
comunicativa. Redija uma NARRATIVA DE FICÇÃO CIENTÍFICA, que leve o leitor a
conhecer as providências tomadas pelo marciano, em favor das crises/guerras por
que passa a Terra.
Você
já sabe...
Narrativas de
ficção científica instigam o leitor a explorar realidades além do espaço e do
tempo, abarcando não apenas avanços científicos e tecnológicos, como também o impacto
deles na existência humana. As tramas frequentemente apresentam cenários
futuristas e ações que, por ora, só existem na ficção, ou seja, na Cinematografia
e na Literatura.
Para validar a
ficção científica, quer dizer, para torná-la crível ou, pelo menos, aceitável,
é preciso certa coerência lógica, em especial no que se refira à relação de
causa e efeito, consideradas a ciência e a tecnologia, que sinalizem uma
realidade ideal ou distópica*.
Personagens
sobrenaturais, imersões em tempos remotos ou futuristas, viagens
interplanetárias e objetos/seres não identificados no mundo contemporâneo são constantes
nesse gênero literário, que provoca a adesão e o questionamento do leitor
acerca do universo, quer material ou quer imaterial, que hoje é conhecido/palpável.
É certo: ao longo
da leitura de textos de ficção científica, o leitor é convidado a mergulhar num
contexto fantástico, surpreendente que, ao final, não se confirma no contexto
real.
* Distopia: lugar, estado ou tempo imaginários/ficcionais, em que seres
humanos ou sobrenaturais vivem em condições de extrema opressão, desespero ou
privação.
Lembre-se
da estrutura dos textos narrativos:
ü Situação inicial –
apresentação de personagens, tempo e espaço;
ü Série de
complicadores – o primeiro leva ao segundo, que, por sua vez, leva ao
terceiro..., até que...
ü Clímax – último
complicador; momento de maior suspense;
ü Desfecho – situação
final.
Você já sabe...
Em NARRATIVAS DE FICÇÃO CIENTÍFICA, como o próprio nome diz, existe a tentativa de convencer o leitor de que a trama, por vezes, pode não ser possível no contexto atual, mas poderia ser – isso porque tais narrativas devem ser, o quanto possível, verossimilhantes e, para tanto, é preciso que haja certa coerência entre ciência, tecnologia e situação fática/realidade.
Para validar a ficção científica, o escritor pode recorrer a ambientações futuras; inteligências ou atitudes humanas (cientistas, pesquisadores etc.); inteligências, atitudes ou invasões não humanas (extraterrestres, robôs etc.); viagens no tempo (máquina do tempo – passado ou futuro) e no espaço (batalha em Marte, na Lua etc.).
Entretanto, as narrativas científicas não se valem
necessariamente/apenas de ambientações futuras – é possível partir da realidade/do
plano atual, e então fazer uma releitura, de modo cientificamente sofisticado,
sinistro e, ao mesmo tempo, convincente, a fim de que o leitor possa mergulhar e,
ainda que apenas naquele instante, acreditar no contexto desse universo
inventivo.