O movimento hip-hop é marcado pela luta por direitos iguais entre os homens. O movimento surgiu na década de 1960, nos Estados Unidos, quando jovens negros eram discriminados. Martin Luther King Jr. é o ícone da luta empreendida em favor da inclusão social das pessoas marginalizadas.
A palavra rap é a sigla da expressão “ritmo e poesia” (em inglês, rhythm and poetry). É a expressão artística do hip-hop voltada à música. No rap, o compositor, que quase sempre é também o intérprete das letras, chama-se rapper ou MC (mestre de cerimônia); o DJ (disc jockey) é quem faz a base melódica (batida) para a recitação (e não, de fato, a cantoria) da letra.
A letra de rap mistura fatos, denúncia, reflexão, aconselhamento e resistência
O MC relata, por meio das letras de rap, a difícil rotina nos guetos: a perseguição policial, a miséria, a falta de escola, a desídia das autoridades públicas etc., etc. Em meio aos versos, tocados à denúncia social, o rapper procura inteirar-se com o público ouvinte, em especial o adolescente, persuadindo-o a não se envolver com o mundo da criminalidade – eis então o tom de aconselhamento que também pode ser extraído das letras de rap.
Estudiosos do movimento hip-hop apontam as seguintes características formais e temáticas das letras de rap:
. geralmente, versos rimados
. linguagem típica da oralidade – gírias, jargões
. tema de viés crítico, reflexivo, questionador
. denúncia contra injustiças sociais: desigualdade, preconceito, corrupção
. interação com o público ouvinte, a fim de que ele não se envolva com o crime
. valorização do jovem da periferia
As letras de rap são intituladas.
Exemplo de letra de rap:
LEITURA:
O preconceito é uma mancha no tecido social e manifesta-se
de diversas formas, afetando inúmeras vidas. No âmbito racial, dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a taxa de
desemprego entre negros é maior do que a de brancos, evidenciando uma
disparidade que se enraíza em preconceitos históricos. De acordo com a ONG Mapa
da Violência, no Brasil, entre 2005 e 2015, houve um aumento de,
aproximadamente, 20% nas mortes de jovens negros. Tais números evidenciam a
gravidade da discriminação racial. Segundo Human Rights Watch, organização
internacional que monitora e denuncia violações de direitos humanos, nos
Estados Unidos, indivíduos negros têm uma probabilidade três vezes maior de
serem mortos pela polícia, em comparação com indivíduos brancos. Não fosse o
bastante, a homofobia, outra face do preconceito, leva a altos índices de
homicídios de pessoas LGBTQIA+, o que coloca o Brasil entre os mais perigosos
para essa comunidade. Esses dados são um reflexo de uma intolerância que ainda
insiste em negar a igualdade de direitos e a liberdade de expressão afetiva. No
contexto do sexismo, a desigualdade é clara, especialmente no mercado de
trabalho. Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) apontou que mulheres ganham em média 20,5% a menos que homens, mesmo
ocupando as mesmas posições (IPEA, 2018). Tal diferença salarial é um
indicativo de como o preconceito de gênero ainda está arraigado nas estruturas
corporativas. Por sua vez, as manifestações do preconceito social se estendem
para além desses exemplos – elas permeiam o cotidiano em forma de estereótipos,
piadas discriminatórias e exclusão social. A educação é uma ferramenta poderosa
na luta contra essas barreiras invisíveis, promovendo a conscientização e
incentivando a empatia e o respeito às diferenças.
Gislaine Buosi
COMANDO: Escreva uma LETRA DE RAP sobre
o tema: “O combate às diversas faces do preconceito”.