Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778) foi um filósofo social, teórico político e escritor suíço. Foi
considerado um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do
Romantismo. Suas ideias influenciaram a Revolução Francesa. Em sua obra mais
importante "O Contrato Social" desenvolveu sua concepção de que a
soberania reside no povo.
Infância e Juventude: Rousseau
nasceu em Genebra, Suíça, no dia 28 de junho de 1712. Filho de um relojoeiro
calvinista ficou órfão de mãe logo ao nascer. Em 1722 ficou órfão de pai, que
não se preocupou com a educação do filho. Foi educado por um pastor
protestante. Em 1724, com 12 anos, iniciou seus estudos. Nessa época, já
escrevia comédias e sermões. Passou a levar uma vida errante e na tentativa de
se afirmar numa profissão: foi relojoeiro, aprendiz de pastor e gravador. (...)
Iluminismo: Jean-Jacques
Rousseau viveu em uma época em que o absolutismo dominava toda a Europa e
diversos movimentos buscavam uma renovação cultural, entre eles o Iluminismo –
nome dado ao movimento composto por intelectuais que condenavam as estruturas
de privilégios, absolutistas e colonialistas e defendiam a reorganização da
sociedade. (...) Em 1745, Jean-Jacques Rousseau estava de volta a Paris, onde
descobriu o “Iluminismo” e passou a colaborar com o movimento. Em 1750,
participou do concurso da Academia de Dijon: “As artes e as ciências
proporcionam benefícios à humanidade?”, que oferecia um prêmio ao melhor ensaio
sobre o assunto. (...)
Obras e Ideias de
Rousseau – Discurso Sobre a Desigualdade (1755): A contestação da sociedade tal
como estava organizada foi também o tema de seu novo trabalho, onde Rousseau
reforçava a teoria já levantada, reafirmando: O homem é naturalmente bom, é só
devido às instituições que ele se torna mau. Rousseau não faz objeção à
desigualdade natural, originada da idade, saúde e inteligência, mas ataca a
desigualdade resultante de privilégios. "Para desfazer o mal, basta
abandonar a civilização. Quando alimentado, em paz com a natureza e amigo dos
semelhantes, o homem é naturalmente bom." (...)
Contrato Social
(1762): Segundo Rousseau, o Contrato Social é uma utopia política, que propõe
um estado ideal resultante de consenso, e que garante os direitos de todos os
cidadãos; é um plano para a reconstrução das relações sociais da humanidade.
Seu princípio básico se mantém. "Em estado natural, os homens são iguais:
os males só surgem depois que certos homens resolvem demarcar pedaços de terra
dizendo: Essa terra é minha”. A única esperança de garantir os direitos de cada
um está na organização de uma sociedade civil, na qual esses direitos sejam
cedidos a toda a comunidade, igualmente. Isso poderia ser feito por meio de um
contrato estabelecido entre os vários membros do grupo. (...) Ao falar em
Estado, Rousseau não se refere ao governo, mas a uma organização política que
exprima a vontade geral. (...)
A Perseguição e
Morte: O Parlamento de Paris condenou o Contrato Social, que considerou repleto
de heresias religiosas. Para o tempo em que a Europa vivia, as ideias
democráticas de Rousseau eram audaciosas. (...) Jean-Jacques Rousseau faleceu
em Ermenonville, França, no dia 2 de julho de 1778. Quinze anos mais tarde, seu
valor é reconsiderado. Defensor ardoroso dos princípios de “liberdade,
igualdade e fraternidade”, lema da Revolução Francesa, foi visto como “profeta”
do movimento.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Você foi convidado a entrevistar, ainda que imaginariamente, Jean-Jacques Rousseau. Lido o material de apoio, passe a “entrevistá-lo”. Escreva, aproximadamente, 30 linhas – componha de 6 a 8 perguntas, com as respectivas respostas.
É fácil: Selecione da biografia do autor os fragmentos que você considerar mais relevantes – eles serão, depois de ajustados, as “respostas” às perguntas que você, a partir delas, elaborará. (Obviamente, as perguntas devem ter conexão com as respostas.)
Capriche! Imagine que a entrevista será publicada numa revista de grande circulação nacional.
Só para lembrar...
ENTREVISTA é gênero textual do domínio do discurso jornalístico; é o diálogo entre entrevistador (jornalista) e entrevistado (personagem do fato/da notícia). A entrevista é um dos modos de apuração das informações, que são matéria-prima da notícia.
Como fazer?
Preliminarmente, o jornalista/entrevistador indaga e ouve as narrativas do entrevistado. A partir da coleta dessas informações, a entrevista é redigida, com a apresentação, ainda que breve, da revista/jornal entrevistador, da biografia do entrevistado, do tema da entrevista e da respectiva importância dele no contexto em que está inserido (social, político, econômico, cultural etc.). Em seguida, alternam-se perguntas (do entrevistador) e respostas (do entrevistado). Para a sequência dialogal de perguntas e respostas, são utilizadas rubricas que identificam o entrevistador e o entrevistado. Geralmente, atribui-se um título (criado pelo entrevistador ou pelo editor), seguido de uma frase de efeito (colhida das falas do entrevistado).
IMPORTANTE: O entrevistador precisa estar atento na elaboração das perguntas, que devem ser objetivas/curtas. Obviamente, as falas do entrevistador não devem ser maiores que as do entrevistado.