A Era uma Vez o Mundo, negócio de impacto
social, que nasceu em 2017, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para suprir
a falta de produtos voltados para as crianças negras, vai deixar de ser apenas
virtual e ganhar uma loja física. (...) Será lançada no espaço Andradas 22, no
Centro, a primeira loja de bonecas negras do Brasil. O projeto que é acelerado
pelo Instituto Ekloos, em parceria com o Oi Futuro, terá como destaque a boneca
Dandara, mulher de Zumbi dos Palmares. “Nossa boneca Dandara será o destaque de
vendas, com mais de 15 estampas e modelos diferentes de roupinhas feitas com
tecido africano exclusivo”, conta Jaciana Melquiades, uma das fundadoras do
projeto.
Disponível em: https://harpersbazaar.uol.com.br/bazaar-kids/rio-de-janeiro-ganha-loja-de-bonecas-negras/.
Acesso em 26.nov.2024.
Texto II
Muitas vezes as pessoas fingem não ver
por simplesmente não quererem ou não estarem preparadas para argumentações que
envolvam conflitos históricos de dimensões ideologicamente construídas. É como
disse Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de
sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas
precisam aprender - e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” (...)
As propagandas de brinquedos são uma maneira de a criança assimilar o
preconceito – as bonecas apresentadas na TV, predominantemente, são “Barbies”,
brancas, de olhos azuis, verdadeiras representações da elite dominante
intitulada branca, que julga ter valores superiores aos dos povos negros; isso
tende a reforçar o distanciamento social entre brancos e pretos. (...) Mas
será que todas as crianças são homogêneas? Será que todas têm de pele “branca”
e têm de se identificar com as bonecas Barbie, sempre magrinhas, cheias de
maquiagem, ostentando poder, aristocracia e superioridade? Será que é isso? Ou
se forem apresentadas bonecas pretas as vendas caem, a elite protesta, as
fábricas fecham? Será que as bonecas pretas não têm o poder de aproximação com
o público infantil? Essas indagações põem em cheque a maneira sutil de promover
a invisibilidade do povo negro nos meios de propaganda de massa.
Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/porque-nas-propagandas-bonecas-para-criancas-nunca-pretas.htm.
Adaptado. Acesso em 26.nov.2024.
Texto III
A prevalência de bonecas que seguem um
padrão estético específico – brancas e magras – é um reflexo das normas sociais
historicamente enraizadas e propagadas pela mídia e pela indústria de
brinquedos. Esses protótipos não apenas espelham uma idealização restritiva de
beleza, como também exercem uma influência significativa na formação emocional
e na autoimagem de crianças em fase de desenvolvimento. Quando as pequenas se
deparam majoritariamente com padrões, quase sempre, inatingíveis, pode haver um
impacto negativo em sua autoestima e na aceitação de sua própria identidade e de
seu próprio corpo. É crucial que a diversidade seja celebrada e incorporada nos
brinquedos infantis, oferecendo às crianças modelos mais representativos da
realidade social, que incluam diferentes etnias, tipos corporais e
características, para que possam crescer valorizando a pluralidade e a
autoaceitação. Este é um passo imprescindível para construir uma sociedade mais
inclusiva e menos presa a estereótipos limitantes.
Gislaine Buosi, educadora e
escritora
COMANDO: Escreva o EDITORIAL
de uma revista destinada a leitores adolescentes, que, nesse mês, fará uma
edição especial sobre o tema: POR UMA INFÂNCIA SEM RACISMO.
SÓ PARA
LEMBRAR...
O EDITORIAL
é um texto de caráter expositivo-argumentativo, veiculado em jornais e
revistas. O editorialista (quem escreve o editorial) focaliza um tema atual e
polêmico, de viés político, econômico, social, educacional etc., a partir do
qual firma suas argumentações. O Editorial surge nas primeiras páginas do
jornal ou da revista, explorando, geralmente, a matéria da capa.
Como
fazer um EDITORIAL?
üO texto é breve – entre 25 e 30 linhas.
üA linguagem depende do público-alvo – é preciso
considerar, entre outros aspectos, o caráter da revista/jornal (científico,
religioso, jurídico, político etc.) e, consequentemente, a faixa etária dos
leitores.
üA estrutura segue a dos demais gêneros de caráter
dissertativo: tema, reflexão/discussão e conclusão.
üÉ escrito, preferencialmente, na 3ª pessoa do
singular.