Há 20 anos, os alunos passavam a "cola" em papeizinhos. Depois,
a técnica de trapaça evoluiu para trocas de mensagem no WhatsApp. Agora, um
robozinho é capaz de escrever uma redação inteira em questão de segundos – é o
ChatGPT, um novo sistema de inteligência artificial que vem sendo banido de
escolas e universidades nos Estados Unidos e na Europa. A prestigiosa
universidade Institut d’Études Politiques de Paris, por exemplo, decidiu, em
27.ja.2023, que quem usar essa ferramenta em trabalhos acadêmicos será expulso
da graduação.
Mas será mesmo que o robô é necessariamente um vilão? De fato, a preocupação dos professores não é em vão:
o ChatGPT pode facilitar o plágio, desestimular o senso crítico dos alunos e
fornecer respostas imprecisas. Mas não é necessariamente o fim do mundo (ou da
educação). Segundo especialistas, há formas de usar o robô como um instrumento
inovador no processo de ensino-aprendizagem. O ChatGPT, por exemplo, resume em
tópicos qualquer assunto. Diogo Cortiz, professor de tecnologia da PUC-SP,
conta que o ChatGPT vem auxiliando até os docentes no planejamento das aulas.
"É uma cocriação. A máquina cria a primeira versão, e nós vamos editando e
aprimorando aquilo."
É possível usar como ponto de partida para um projeto - Um dos temores
dos professores é que os alunos apenas copiem e colem as respostas dadas pelo
ChatGPT. É claro que seria uma prática pedagogicamente condenável. Mas há uma
forma de trabalhar em parceria com o robô: usá-lo para ter uma ideia de como
começar um texto ou um projeto. "A resposta não pode ser considerada
definitiva. É preciso enriquecê-la", ressalta Carlos Neves, professor do
curso de sistemas de informações da Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM).
TENENTE, Luiza. Disponível em:
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/01/29/sem-colar-descubra-7-formas-de-usar-o-robo-chatgpt-para-turbinar-os-estudos.ghtml.
Adaptado para fins didáticos. Acesso em 24.abr.2023.
Texto II
'Pode isso?' Quase 400 estudantes são investigados por usarem o ChatGPT
Cerca de 400 estudantes universitários estão sendo investigados por
plágio, após suposto uso do ChatGPT para concluir trabalhos acadêmicos, no
Reino Unido. Segundo informações divulgadas pelo tabloide britânico Metro, 146
deles já foram declarados culpados. Já os dados do jornal estudantil mostram
que pouco mais de 40% de todas as universidades do país já sofreram com o
problema, que atinge instituições renomadas, como a Universidade de Glasgow. A
atividade, além de ser considerada antiética e até ilegal, pode trazer
complicações para os estudantes – a maioria dos alunos que foram declarados “culpados”
teve suas avaliações zeradas pelas universidades. Desde o seu lançamento, o
ChatGPT tem gerado debates entre professores, que demonstram preocupação com o
mau uso da ferramenta.
FABRO, Clara. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2023/07/pode-isso-quase-400-estudantes-sao-investigados-por-usarem-o-chatgpt-edviralizou.ghtml.
Acesso em 27.nov..2024.
Texto III
Em meados de
outubro, uma escola de ensino médio decidiu processar um aluno por usar o
ChatGPT para concluir um trabalho. Diante dessa postura, os pais decidiram
retaliar a escola, pois acreditam que a sanção não foi apenas injusta, mas
também prejudicial para o futuro de seu filho. E, apenas algumas semanas
depois, aconteceu um caso semelhante envolvendo o Grammarly, uma ferramenta de
IA semelhante ao ChatGPT que colocou dois alunos em apuros, por conta de uso
indevido. Como aponta o site Ars Technica, dois alunos copiaram o texto gerado
pela IA, mas não revisaram as informações, e enviaram um trabalho marcado por
citações fictícias de livros e autores inexistentes, dados equivocados, além de
uma série de erros gramaticais.
COMANDO: Escreva o EDITORIAL
de uma revista destinada a leitores adolescentes, que, nesse mês, fará uma
edição especial sobre o tema: O uso ético do ChaTGPT em trabalhos escolares.
SÓ PARA
LEMBRAR...
O EDITORIAL
é um texto de caráter expositivo-argumentativo, veiculado em jornais e
revistas. O editorialista (quem escreve o editorial) focaliza um tema atual e
polêmico, de viés político, econômico, social, educacional etc., a partir do
qual firma suas argumentações. O Editorial surge nas primeiras páginas do
jornal ou da revista, explorando, geralmente, a matéria da capa.
Como
fazer um EDITORIAL?
üO texto é breve – entre 25 e 30 linhas.
üA linguagem depende do público-alvo – é preciso
considerar, entre outros aspectos, o caráter da revista/jornal (científico,
religioso, jurídico, político etc.) e, consequentemente, a faixa etária dos
leitores.
üA estrutura segue a dos demais gêneros de caráter
dissertativo: tema, reflexão/discussão e conclusão.
üÉ
escrito, preferencialmente, na 3ª pessoa do singular.