EFAF - CRÔNICA REFLEXIVA - ADOLESCENTES E IDOSOS TÊM MUITO A APRENDER
CRÔNICA - EF ANOS FINAIS
ADOLESCENTES E IDOSOS TÊM MUITO A APRENDER
CRÔNICA REFLEXIVA
ID: JNK
Só para lembrar...
A crônica reflexiva explora,
geralmente, temas comuns, a fim de provocar o leitor a pensar sobre questões sociocomportamentais.
Muito embora o gênero não comporte enredo/história, é possível haver algum
fragmento narrativo, a partir do qual são feitos apontamentos mais subjetivos, que
revelam as percepções do cronista.
O que se avalia numa crônica reflexiva
é a capacidade de se trazer à tona os apelos de um eu-interior em sintonia ou
em choque com o mundo contemporâneo, por vezes caótico em razão dos
desequilíbrios sociais (pobreza, desigualdade, avareza, corrupção etc.) e
pessoais (egoísmo, indiferença, ganância etc.)
Na crônica reflexiva, o que importa
é o registro da sofisticação e da intensidade do pensamento.
As figuras de
linguagem são
recursos explorados em textos reflexivos.
Exemplos:
1)Metáfora: “Minha vó, o rosto trincado de rugas...”. Metáfora
é a figura que compara, a partir de certa semelhança, dois campos,
originalmente, diferentes. Nesse exemplo, compara-se o rosto da avó, enrugado,
envelhecido, com trincas, rachaduras.
2)Personificação: “... o cachecol ainda curto, pedindo para ser
esticado...”. Personificação é a figura que atribui atitudes e/ou
características humanas a seres inanimados ou irracionais.
Leia com atenção o fragmento a seguir, de Gislaine Buosi:
Minha avó sorri pouco, fala menos
ainda, assobia, faz vento ao redor de si, delicadamente silenciosa. É o jeito
dela, quem a conhece não a provoca, nem chega ao portão pra pedir mudinha de
planta – o alpendre faz vista, é forrado de latas de flor, assanha os olhos
daqueles que passam...
Dia desses, perguntei a ela sobre
conta no Instagram – “A senhora tem?”
O rosto trincado de rugas, minha
avó apenas meneou a cabeça. Propus-me a ensiná-la. Foi quando ela se levantou
do sofá, pediu licença (minhas pernas estavam esticadas, embargavam o caminho),
e então, arrastando as chinelas, foi até o quarto, passos lentos, ritmados, e
voltou com a cesta de novelos e agulhas, um cachecol ainda curto, pedindo para
ser esticado. Ela ia dizendo, baixinho, quase cantando, que o crochê era uma
das marcas da família...
— A gente pode aprender muitas
coisas uma com a outra, minha neta.
Comando:
O trecho lido é o ponto de
partida para sua crônica reflexiva. Leve em consideração a fala da avó: “A
gente pode aprender muitas coisas, uma com a outra, minha neta.”
E então: você concorda que
adolescentes e idosos podem aprender uns com os outros?