O CARTUM é um texto crítico, que se utiliza de elementos verbais e não verbais e, geralmente, apresenta-se em um quadro. É considerado um modo prático/rápido de trazer à tona debates importantes acerca de comportamentos sociais e problemáticas mundiais. Desse modo, o cartum não aborda um contexto pontual/esporádico, nem uma pessoa específica, motivo pelo qual a relevância e o alcance do cartum tendem a manter-se ao longo do tempo.
A diferença entre charge e cartum, basicamente, é que, enquanto a charge vale-se de um fato cotidiano atual, vivido por pessoas específicas, o cartum aborda um fato social vivido por pessoas comuns; fatos históricos de grande repercussão e polêmica podem ser alvos de cartuns - por exemplo: corrupção, tragédias ambientais, desigualdade social, inflação etc., etc.
O cartum usa traços carregados/caricaturais, a fim de tornar o fato/tema mais grave, extravagante, irracional etc. Crítica, ironia e bom humor são elementos essenciais aos cartuns, além das construções, intencionalmente, ambíguas, metafóricas e trocadilhescas.
Por meio de imagens (personagens e/ou coisas) e balões (texto de vocabulário simples), o cartum é um gênero textual veiculado em jornais e revistas – impressos ou virtuais.
COMO FAZER UM CARTUM?
1. Escolha um tema de caráter universal (e não um tema específico) que você pretenda criticar – por exemplo: a crise hídrica, a crise financeira, a poluição etc.
2. Pense, exatamente, em como “exagerar” no aspecto inconveniente/contrastante dessa situação, e use texto não verbal (desenho de personagens e/ou coisas) e, se for o caso, de texto verbal (poucas falas das personagens que vivem a situação), para desenvolver a crítica.
Veja um exemplo de cartum:
Charge de Ivan Cabral. Disponível em: http://www.ivancabral.com/2013/08/charge-do-dia-violencia-nas-escolas.html
Acesso em 16.jun.2022.
Perceba que o cartunista Ivan Cabral escolheu o tema “violência na escola” para desenvolver o cartum, um gênero do campo jornalístico que contém crítica e bom humor. Não é possível estimar o lugar, nem o tempo em que acontecem cenas de violência nas escolas, obviamente, por ser questão internacional e atemporal.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Os textos a seguir são a base para o desenvolvimento de seu CARTUM.
Brasil tem histórico de alto
índice de violência escolar: veja dados sobre agressão contra professores
O ataque a faca em uma escola estadual de São Paulo
que deixou uma professora morta e mais quatro pessoas feridas em 27/03/2023 jogou
luz sobre a violência nas salas de aula do país, que tem histórico de índices
elevados de agressão contra docentes.
O agressor foi um aluno de 13 anos do oitavo ano na
escola.
Há anos, pesquisas têm indicado a alta incidência de
casos de agressão, colocando o Brasil no topo da violência escolar.
Levantamento global da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) coloca o país entre os de índices mais altos
do mundo no ranking das agressões contra professores - e que têm se mantido
estável nos últimos anos.
Ambiente mais propício ao bullying: estudo divulgado
em 2019 apontou que as escolas brasileiras são ambiente mais propício ao
bullying e à intimidação do que a média internacional. Foram entrevistados 250
mil professores e líderes escolares de 48 países ou regiões.
Agressividade "normalizada": A OCDE não
analisou os motivos por trás desses índices, mas apontou que o bullying e a
agressividade acabaram sendo "normalizados" e minimizados, com
impactos negativos sobre o aprendizado.
Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/03/27/brasil-tem-historico-de-alto-indice-de-violencia-escolar-veja-dados-sobre-agressao-contra-professores.ghtml.
Adaptado. Acesso em 5.abr.2024.
Disponível em: https://brainacademy.net.br/019/11/07/bullying-escolar/. Acesso em 5.abr.2024.