Eles estão em todas
as filas, geralmente não reclamam do preço do bilhete cheio, gostam de passar
bem rapidinho em todas as salas e amam tirar fotografias de qualquer espaço,
mesmo que o objeto em questão não tenha caráter histórico, cultural ou artístico
- são os brasileiros visitando, entusiasmados, os grandes museus do mundo, como
o Louvre, em Paris, o Metropolitan, em Nova York, ou o Prado, em Madri.
Outros sintomas de
que se está ao lado de compatriotas é que eles ultrapassam as linhas de
segurança das obras, sentam onde não se pode, falam alto e reclamam que no
Brasil ninguém liga para a memória das coisas, dos fatos, das pessoas e que
nada de importante se guardou no país, apenas coisas de indígenas.
Por outro lado, da
última vez que fui ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), da Universidade de São
Paulo (USP), num sábado, no ambiente havia menos de cinco pessoas, além de
solícitos e antenados seguranças que sabiam de cor a importância da sala que
vistoriavam; entrada gratuita. Havia Miró, Picasso, Anita Malfatti, Tarsila do
Amaral e Brecheret. (...) Cá de fora, ninguém faz protesto, ninguém parece
sentir falta ou tem crise de consciência [quando um de nossos museus, por
quaisquer motivos, fecham as portas].
Também chama a
atenção o fato de que coleções de valor inestimável, com objetos pessoais e
musicais de Adoniran Barbosa, boêmio máximo paulistano, mestre de canções
históricas, estejam guardados de favor, de maneira improvisada. Nesse caso
específico, nem a máxima de que “quem gosta de coisa velha é museu” teve
prevalência.
Museus menores,
memoriais, centros culturais com acervos menos badalados, seguem abertos Brasil
adentro graças aos esforços de inabaláveis agentes culturais, que batem o pé e
evocam a valor inestimável da memória para formação e manutenção das
características de um povo. Normalmente, esses espaços são aproveitados (quando
são) por jovens pesquisadores, estudantes de escolas públicas – em menor número
do que deveriam – e curiosos.
MARQUES, Jairo. a fagulha que nos cabe. Disponível
em:<https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2018/09/05/a-fagulha-que-nos-cabe/.
Adaptado para fins didáticos. Acesso em 15.mar.2024.
Texto II
Museus são
guardiões de descobertas e obras que são pedras angulares da nossa civilização.
Artefatos, documentos, ruínas e quaisquer outras materializações da arte, uma
vez preservados, são peças do quebra-cabeça da humanidade, essencial para
manter viva a memória coletiva e para garantir que o conhecimento acumulado seja
transmitido para as futuras gerações. Quando os jovens entram em contato com
essas relíquias, eles se conectam com as conquistas e os sonhos de pessoas que
viveram séculos antes, o que pode inspirá-los a contribuir para o progresso e a
inovação em suas próprias vidas.
No entanto, a
preservação desses tesouros culturais nem sempre recebe a atenção que merece. Tragédias
em torno do nosso patrimônio artístico-cultural, como o incêndio no Museu da
Língua Portuguesa (2015) e no Museu Nacional no Rio de Janeiro (2018),
ressaltam a urgência de políticas mais eficientes para a manutenção e o cuidado
de nossos espaços de arte e história. Essas perdas irreparáveis servem como um
alerta para a necessidade de investimentos e estratégias que assegurem a
integridade e a segurança desses acervos.
Prof.ª Gislaine Buosi
COMANDO: Escreva um ARTIGO DE OPINIÃO sobre
o tema: “A importância dos museus para a formação intelectual
dos jovens”.
SÓ PARA LEMBRAR...
O ARTIGO DE OPINIÃO, como o próprio nome adianta, é
um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema
polêmico. É um gênero textual que se apropria, predominantemente, do tipo
dissertativo. São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor, a ironia fina
– tudo baseado em informações factuais. O Artigo de opinião é, geralmente,
escrito na primeira pessoa, leva título e assinatura.
A estrutura do Artigo de opinião procura seguir: 1)
introdução, com a apresentação do tema e da tese a ser defendida; 2) desenvolvimento,
com as argumentações para a defesa da tese e 3) conclusão, com a reafirmação da
tese e a provocação do leitor, encaminhando-o para as próprias reflexões sobre o tema.
ALERTA! Cuidado com as armadilhas da primeira
pessoa: Ainda que você desenvolva um texto de opinião, não escreva: “eu acho
que”; “na minha opinião”; “no meu modo de pensar” etc., porque essas expressões
são consideradas armadilhas da primeira pessoa.