Resumir é apresentar certo conteúdo, quase sempre escrito, de modo seletivo e breve.
Um resumo deve ser:
Conciso, obviamente: corte, quando não forem determinantes ao assunto principal, os exemplos dados pelo autor, detalhes/dados secundários.
. Em textos narrativos, convém eliminar os discursos diretos – dê preferência aos discursos indiretos, pois são mais econômicos; é preciso mencionar: fato/ação principal, personagens principais (por vezes, é possível eliminar figurantes), além dos elementos: quando, onde e como?, por quê (se houver justificativa)? e desfecho.
. Em passagens descritivas, convém economizar, o quanto possível, adjetivos e advérbios, sobretudo os repetidos ou inexpressivos.
. Em textos dissertativos, comece grifando as palavras-chave (substantivos e verbos) de cada parágrafo ou sentença; detecte o assunto/a questão central e o ponto de vista do autor sobre o assunto; veja se há intercalações desnecessárias ou excesso de organizadores textuais (conjunções), e corte-os; faça um apanhado dos principais argumentos pertinentes ao assunto central.
. Em textos informativos, conserve as informações principais; corte as secundárias/complementares, principalmente aquelas que não modificam/interferem no entendimento da informação principal.
Pessoal: escrito com palavras próprias; é o resultado da sua leitura do texto-base.
Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as ideias centrais do texto-base, de preferência na ordem em que foram apresentadas. Cuidado com a coesão textual – o uso correto das conjunções, preposições e pronomes.
IMPORTANTE: O resumo não comporta comentário acerca do tema nem do posicionamento adotado pelo autor do texto-base.
COMANDO: Imagine que você seja o redator de uma revista de grande circulação, e tenha de enviar o texto abaixo para a Redação. Ocorre que o espaço destinado a publicações desse tipo de matéria é limitado, e cabe a você fazer um RESUMO do texto. Escreva até 15 linhas.
LEITURA:
Por que as melhores ideias surgem em caminhadas, no chuveiro ou até dormindo?
Conta-se que o
matemático grego Arquimedes estava na banheira quando lhe ocorreu a solução
para o problema que o atormentava. Ao observar que o nível da água subia quando
ele entrava no banho, Arquimedes concluiu que o volume de um objeto pode ser
determinado medindo-se a quantidade de água que ele desloca.
"Eureca!" (Encontrei!), ele teria gritado, antes de pular para fora
da banheira e sair correndo. (...) Caminhar e viajar também ajudam. "Uma
tempestade começou" no cérebro de Albert Einstein quando ele estava dentro
de um bonde em Berna, na Suíça, em 1905, e olhou para a famosa torre do
relógio, levando-o a formular, mais tarde, a Teoria da Relatividade. (...)
Por que
relaxar ajuda a ter revelações? Os exemplos acima são revelações que ocorreram
quando os cientistas não estavam trabalhando. Teorias da psicologia dizem que a mente necessita de períodos de relaxamento para dar vazão à criatividade. Mas claro que não basta dar uma caminhada para fazer
a descoberta do século. Há um outro fator importante: trabalho duro e muito
raciocínio dedicado a um tema. As revelações acima mencionadas ocorreram após
longos períodos de dedicação intensa a um tema. (...) Não existe uma fórmula
conhecida para induzir revelações – a combinação de trabalho duro e relaxamento
profundo parece ser uma boa tese.
Entretanto, pesquisas
mostram que nem todas as maneiras de relaxar são estimulantes para as ideias.
Segundo um estudo de 2022, as melhores formas de acender uma fagulha no cérebro
são atividades simples que mantêm ocupado sem ser chatas, como fazer caminhadas,
tomar uma ducha, tricotar. Contraexemplos são assistir a um filme chato ou
ficar rolando a tela do celular em redes sociais. Segundo especialistas,
tarefas com movimentos repetitivos ajudam a mente a divagar e a criar livres
conexões entre ideias. O mesmo vale para caminhadas, que tanto Aristóteles como
William Wordsworth e Friedrich Nietzsche consideravam a melhor hora para
pensar.
A psicologia
por trás das revelações: Não só cientistas têm revelações: de tempos em tempos,
todo mundo tem ideias brilhantes, e elas ocorrem da mesma maneira que as ideias
das mentes privilegiadas. Pode ser no supermercado, pode ser embaixo do
chuveiro, e de repente: "Eureca!", uma ideia surge do nada e domina
os pensamentos. O fundador da psicologia analítica, Carl Gustav Jung, tinha uma
explicação: ele descrevia as revelações como momentos de comunicação entre o
inconsciente e o consciente, de "saber impensado". Em outras
palavras, a vinda à tona de dados e conexões profundamente imersos no
inconsciente, sobre os quais ainda não se pensou. Na visão junguiana, revelações
seriam, portanto, momentos raros em que o inconsciente irrompe no consciente.
Esse fenômeno não pode ser planejado: ele apenas acontece, sem controle. Mas a
melhor forma de alcançá-lo é reflexão intensa seguida de relaxamento. Neste
momento podem surgir soluções inesperadas para problemas do dia a dia — ou até
a próxima revelação da ciência.
SCHWALLER, Fred.
Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/deutschewelle/2022/10/23/por-que-as-melhores-ideias-surgem-em-caminhadas-no-chuveiro-ou-ate-dormindo.htm.
Adaptado para fins didáticos. Acesso em 1.nov.2022.