Resumir é apresentar certo conteúdo, quase sempre escrito, de modo seletivo e breve.
Um resumo deve ser:
Conciso, obviamente: corte, quando não forem determinantes ao assunto principal, os exemplos dados pelo autor, detalhes/dados secundários.
. Em textos narrativos (literários ou jornalísticos), convém eliminar os discursos diretos – dê preferência aos discursos indiretos, pois são mais econômicos; é preciso mencionar: fato/ação principal, personagens principais (por vezes, é possível eliminar figurantes), além dos elementos: quando, onde e como?, por quê (se houver justificativa)? e desfecho.
. Em passagens descritivas, convém economizar, o quanto possível, adjetivos e advérbios, sobretudo os repetidos ou inexpressivos.
. Em textos dissertativos, comece grifando as palavras-chave (substantivos e verbos) de cada parágrafo ou sentença; detecte o assunto/a questão central e o ponto de vista do autor sobre o assunto; veja se há intercalações desnecessárias (advérbios e adjetivos) ou excesso de organizadores textuais (conjunções), e corte-os; faça um apanhado dos principais argumentos pertinentes ao assunto central.
Pessoal: escrito, o quanto for possível, com palavras próprias; é o resultado da sua leitura do texto-base.
Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as ideias centrais do texto-base, de preferência na ordem em que foram apresentadas. Cuidado com a coesão textual – o uso correto das conjunções, preposições e pronomes.
IMPORTANTE: O resumo não comporta comentário/opinião acerca do tema nem do posicionamento adotado pelo autor do texto-base.
COMANDO: Imagine que você seja o redator de uma revista de grande circulação, e tenha de enviar o texto abaixo para a Redação. Ocorre que o espaço destinado a publicações desse tipo de matéria é limitado, e cabe a você fazer um RESUMO do texto. Escreva até 10 linhas.
UM MARACANÃ
DE COMIDA NO LIXO
Camille Lichotti e Renata Buono | 18abr2022
Enquanto
milhões de pessoas vivem na pobreza extrema, o mundo desperdiça comida numa
escala assustadora. Anualmente, 931 milhões de toneladas de alimento vão para o
lixo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura. É como se treze navios cargueiros cheios de comida fossem
desperdiçados todo dia. No Brasil, a quantidade de comida desperdiçada por ano
seria suficiente para encher um Maracanã inteiro. O país está entre os dez que
mais perdem e desperdiçam alimentos no mundo. A perda está relacionada a
problemas na cadeia produtiva – alimentos que são descartados na colheita, no
pós-colheita e no processo de distribuição. Já o desperdício acontece na ponta,
quando a comida vai da casa dos consumidores e postos de venda para o lixo. O
alimento mais desperdiçado pelos brasileiros é o arroz. Ao todo, o país
desperdiça 5,3 bilhões de gramas do cereal por dia, quantidade suficiente para
alimentar toda a população que passa fome no país, 19 milhões de pessoas. Só na
cidade de São Paulo, 33 mil toneladas de frutas, legumes e verduras de feiras
livres são descartadas todo ano. Essa comida poderia ter alimentado 18 mil
pessoas – mais da metade da população em situação de rua da cidade. Atualmente,
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura estima um
desperdício de 931 milhões de toneladas de alimento por ano no mundo. O modelo
de navio Ever Given, o gigante que bloqueou o Canal de Suez no ano passado, tem
capacidade para transportar 200 mil toneladas de carga. Isso significa que, em
média, treze navios cargueiros cheios de comida são jogados no lixo
diariamente.