A
PALESTRA é um gênero textual que se situa entre o expor e o dissertar –
trata-se, portanto, de um texto que envolve, ao mesmo tempo, informação e
criticidade. Ainda que a palestra seja um texto para ser verbalizado, é preciso
admitir que a escrita é condição essencial para que o palestrante seja bem-sucedido
– afinal, não se pode correr o risco de falar de improviso. O texto escrito é a
referência segura no instante da apresentação da palestra.
A
redação de um texto destinado à leitura em voz alta requer técnica e, mais do
que isso, bom senso. Por exemplo: não se pode ser muito formal – caso
contrário, parte do público pode não entender o que o orador fala; não se
pode prolongar tanto a palestra – caso contrário, o público pode se cansar.
O
palestrante deve dominar razoavelmente o assunto, para não apenas apresentá-lo,
como também provocar reflexões sobre ele. Um cuidado: é preciso manter a
interlocução entre palestrante e público durante toda a palestra – os
vocativos/chamamentos devem ser empregados.
A
escrita do texto para palestra é maleável. Orienta-se organizá-la assim:
1. Vocativo e saudação;
2. Exposição/apresentação do
assunto; argumentação/reflexão (explicações, exemplificações, comparações,
críticas, comentários etc.), que leve os ouvintes a perceberem a importância do
assunto;
3. Síntese do assunto abordado;
4. Encerramento com um breve
agradecimento pela atenção do público.
CONTEXTUALIZAÇÃO
E COMANDO: Você, estudante do Ensino Fundamental, foi convidado pelo diretor do
colégio para fazer uma palestra aos colegas sobre um fenômeno recente: fake
news. Leia os textos abaixo e, a partir deles, escreva um texto base para a sua
palestra, que será lido em voz alta, na íntegra. Seu texto deve conter:
a) uma
explicação sobre o que é fake news e sua relação com as redes sociais;
b) alguns
exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais e causaram
prejuízos à população.
Com
a popularização e acesso facilitado aos meios de comunicação, o conceito de
fake news ganhou forma. O conceito, intimamente ligado à propagação de notícias
fraudulentas, é aplicado principalmente aos portais de comunicação online, como
redes sociais, sites e blogs, que são plataformas de fácil acesso e, portanto,
mais propícias à propagação de notícias falsas, visto que qualquer cidadão tem
autonomia para publicar. Em 2018, o Instituto Mundial de Pesquisa (IPSO)
divulgou um estudo intitulado: “Fake news, filter bubbles, post-truth and trust
(Notícias falsas, filtro de bolhas, pós-verdade e verdade)”, que revela dados
importantes. De acordo com o levantamento, 62% dos entrevistados do Brasil
admitiram ter acreditado em notícias falsas, valor acima da média mundial que é
de 48%. (...) As fake news crescem conforme o número de compartilhamentos, e,
por isso, é necessário repassar somente informações verídicas e sempre se
questionar caso veja uma manchete duvidosa. Notícias falsas espalham-se
rapidamente e apelam para o emocional do leitor/espectador, chamando atenção
com títulos sensacionalistas e causando o consumo do material “noticioso” sem a
confirmação da veracidade de seu conteúdo.