A corrupção política configura-se quando
governantes, servidores públicos e agentes privados utilizam-se ilegalmente do
poder político e financeiro de organismos ou agências governamentais, com o
objetivo de transferir renda pública ou privada, de maneira criminosa, para si
ou para determinados indivíduos e grupos ligados por quaisquer laços de
interesse comum.
A baixa confiança da população brasileira
frente às principais instituições políticas (...) tem sido apontada por
diversas pesquisas. A despeito dos vários fatores causadores desta desconfiança
generalizada, a corrupção é, certamente, o principal deles, contribuindo
sobremaneira para o enfraquecimento das principais instituições democráticas
brasileiras, além de afastar a população da participação política. (...) Apesar
de instituições demonstrarem grande capacidade em garantir transparência às
práticas corruptas, e da habilidade da mídia em tornar visível a ocorrência da corrupção,
não existe o mesmo desenvolvimento da competência de punir os envolvidos,
principalmente por parte do Poder Judiciário. Nos momentos de eleição,
políticos envolvidos em escândalos continuam sendo reeleitos pelo voto popular.
Os resultados da ineficácia em punir políticos no âmbito jurídico e eleitoral,
tem suscitado a sensação de que o problema da corrupção é recorrente e, que os
cidadãos são, de certa forma, tolerantes a ela. O cenário pode concorrer para o
julgamento de que os órgãos governamentais são relativamente apáticos, o que
sugere desconfiança quanto à atuação destes. (...) A população brasileira
reconhece que a corrupção no país é endêmica e perniciosa para a constituição
de uma agenda sólida de desenvolvimento socioeconômico.
Disponível em:
https://www.fclar.unesp.br/Home/Pesquisa/GruposdePesquisa/participacaodemocraciaepoliticaspublicas/encontrosinternacionais/pdf-st15-trab-aceito-0470-12.pdf,
com ajustes. Acesso em 23.jan.2024.
Texto IV
O Brasil registrou 38 pontos e ficou em 94º
lugar entre 180 países no ranking mundial da corrupção divulgado pela
Transparência Internacional, em Jan/2023. É o terceiro ano consecutivo que o
Brasil mantém um desempenho ruim no índice, de acordo com a organização. O
Índice de Percepção da Corrupção (IPC) mede como especialistas e empresários
enxergam a integridade do setor público nos 180 países pesquisados. A nota vai
de 0 a 100, onde 0 significa “altamente corrupto” e 100 significa “muito
íntegro”. Quanto melhor a posição no ranking, menos o país é considerado
corrupto. Etiópia, Argentina, Tanzânia e Marrocos obtiveram a mesma nota que o
Brasil. Para a Transparência Internacional, o resultado mostra que o país
perdeu uma década de avanços no combate à corrupção. A pior avaliação obtida
pelo Brasil, de 35 pontos, foi registrada em 2018 e 2019. O segundo pior
desempenho ocorreu em 2017, com 37 pontos.
Posição do Brasil nos levantamentos: 2022 -
94ª posição; 2021 - 96ª posição; 2020 - 94ª posição; 2019 - 106ª posição.
Outros países
No levantamento de 2022, Somália (12 pontos),
Síria e Sudão do Sul (13) ocuparam as últimas posições do ranking. A lista de
dez países considerados “altamente corruptos” é completada por Venezuela,
Iêmen, Líbia, Coreia do Norte, Haiti, Guiné Equatorial e Burundi.
Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/01/31/brasil-repete-nota-e-mantem-desempenho-ruim-em-ranking-que-mede-percepcao-sobre-corrupcao.ghtml,
adaptado. Acesso em 23.jan.2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de
apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa,
sobre o tema: “Caminhos para acabar com a corrupção e fortalecer a democracia
brasileira”.