Podcast Redigir Fundamental – Relato de viagem – Houve um incidente!

Alunos, professores e gestores do Ensino Fundamental, bem-vindos a mais uma temporada de episódios do Podcast Redigir Fundamental, uma ferramenta infalível para aprimorar as redações! Preparem-se para uma verdadeira revolução – a professora Gislaine Buosi, semanalmente, grava episódios que, além de muito criativos, atendem perfeitamente a demandas cada vez mais exigentes. Por aqui, há técnica e sensibilidade a toda prova!

Conheçam propostas dos mais variados gêneros redacionais, como Resenhas, Editoriais, Crônicas, Artigos de Opinião e Fábulas, cuja coletânea de apoio é não só bem selecionada, como também atualizada. São atividades que despertam a curiosidade dos estudantes, incentivando-os a explorar temas contemporâneos e talvez até – quem sabe? – se descobrirem escritores de ficção! 

Sem dúvida, o Podcast Redigir Fundamental é o grande aliado das aulas de redação! Juntem-se a nós, na linha de frente da Educação com a Plataforma Adaptativa Redigir.

Relato de viagem – Houve um incidente!

Confiram o episódio!

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Transcrição do episódio

O retorno estava, aparentemente, mais tranquilo. Contudo, a certa altura da viagem, paramos para lanchar e, quando já estávamos acomodados no carro, ainda no estacionamento, uma chuvarada desabou. 

Olá, pessoal! Que bom nos encontrarmos aqui mais uma vez! Seja muito bem-vindo ao podcast Redigir Fundamental! Eu sou Gislaine Buosi, escritora e professora de Redação de Literatura. Hoje vamos conhecer um gênero textual que despertará em você uma vontade enorme não só de viajar, como também de registrar lugares, cenas e aventuras, mil aventuras vividas ao longo dessas viagens.

O RELATO DE VIAGEM é uma escrita bem pessoal, que envolve tanto aspectos descritivos (para pormenorizar pessoas, coisas, situações) quanto narrativos (para relatar o percurso, os incidentes da viagem). O relato, de certo modo, reconstitui a viagem. Comumente, guardamos a memória das viagens por meio de fotos e vídeos – hoje, trazemos a você um outro modo – um modo literário, poético de apreender e registrar situações que, certamente, cabem num best-seller. 

Ainda que o relato de viagem seja um gênero textual de estrutura bastante maleável, há elementos que não podem ser esquecidos:  

O texto é escrito, preferencialmente, na 1ª pessoa; os verbos são empregados no passado – até porque se trata da reconstituição de fatos, e não de fatos que acontecem enquanto se escreve.

Então quais são os elementos fundamentais ao Relato de viagem? A apresentação, ainda que rápida, do relator (quer dizer, de quem relata) e das pessoas com as quais o relator viajou; a indicação da época em que aconteceu a viagem; do trajeto; a descrição do espaço visitado, de coisas peculiares do lugar e, por fim, é importante registrar algum imprevisto, algum incidente ao longo da viagem.  

O relato de viagem, acabo de perceber, é bem parecido com um diário de bordo. E… claro: é preciso pensar na organização temporal/cronológica de tudo o que se relata… Só um detalhe: o relato escolar é uma peça literária, e não documental. Desse modo, o escritor precisa se preocupar com o arranjo da mensagem – vamos usar dados, nomes, datas? Sim, mas de um modo mais leve, mais delicado… Ok?

A gente pode até inventar, né, Gislaine?

Ora, ora! Meu aluno imaginário chegou! Pensei que você não fosse aparecer… Sim, a gente pode até inventar – e inventar coisas bonitas, cenas bem criativas… combinados?

A proposta de redação é simples – e seu relato de viagem vai ser o mais bem escrito de todos os tempos! Então vamos lá: Imagine que você e sua família tenham feito uma longa viagem (escolha o lugar para onde foram), e, no retorno, houve um incidente. Utilize episódios descritivos e narrativos, para fazer seu Relato de Viagem, que deverá abordar, inclusive, o incidente – que não pode ser mais importante do que a viagem, tá?

Escreva, aproximadamente, 25 linhas, e atribua um título ao texto. 

Professora, incidente é a mesma coisa do que acidente? 

Não. Incidente: é um imprevisto, que pode modificar, alterar, nesse nosso caso, a viagem, o passeio. Mas o incidente não é, necessariamente, algo desagradável. Espera pra você conhecer o incidente – ou os incidentes – que eu criei no meu texto…

Acidente: é um acontecimento desagradável, que, quase sempre, resulta em perda, ou sofrimento…

Ah… então a gente pode escrever que furou o pneu do carro, que acabou a gasolina, que…

Tá. Pode sim. Mas… lembra que acabamos de combinar que a gente vai inventar coisas bonitas e bem criativas? 

Ah tá… Furar pneu e acabar a gasolina são coisas comuns, mesmo! Ninguém se interessaria por um relato tão simplesinho…

Então mãos à obra, pessoal! 

Leio para vocês agora meu relato de viagem… Aqui está ele!

RELATO

CIDADES HISTÓRICAS MINEIRAS – LINDAS, COM OU SEM INCIDENTES

A visita às cidades históricas de Minas Gerais estava prevista desde o começo do ano. Meu pai, que é economista e sabe calcular bem o orçamento doméstico, havia comprado o pacote de viagem há uns seis meses. Eu sabia que as vizinhas iam sentir minha falta, porque eu, Eduardo, o filho mais velho, saio por aí distribuindo salsinha e cebolinha da horta do nosso quintal. Pois bem. Partimos no dia 20 de abril, véspera do feriado, no começo da noite. Em Itapeva, o clima é sempre ameno, e, por isso, não foi preciso levar muitos agasalhos. Minha mãe falava o tempo todo – como é professora de Literatura, sempre sonhou em conhecer o cenário das poesias de Tomás Antônio Gonzaga, o poeta árcade. 

Já havíamos percorrido, aproximadamente, 300km, mais da metade do caminho, quando demos com a Fernão Dias interditada – havia homens trabalhando na repavimentação da rodovia, em plena madrugada. Mas isso, em hipótese nenhuma, nos preocupou: enquanto o sol nascia, meu pai, apontando as montanhas arranhadas pela mineração, passou a narrar episódios da Inconfidência. Chegando em Ouro Preto, de fato, tudo o que aprendemos se confirmou: a casa de Tiradentes, as ruas de pé-de-moleque, as bancas de estatuetas de pedra-sabão, a Casa dos Contos onde, antigamente, se cambiavam as pepitas de ouro… Visitamos também Mariana e São João Del Rei, lugares em que também se confirmaram a exploração das nossas minas e a escravização dos nossos nativos. 

O retorno estava, aparentemente, mais tranquilo. Contudo, a certa altura da viagem, paramos para lanchar num restaurante caipira, e, quando já estávamos acomodados no carro, ainda no estacionamento, uma chuvarada desabou. De repente, um menino, chorando muito e dizendo que estava com frio, pediu que o acolhêssemos. Minha mãe, quase sem reação, abriu a porta do carro e o garoto, em vez de entrar, acenou e pediu que esperássemos um pouquinho. Em segundos, ele voltou, trazendo consigo seis cachorrinhos e dois gatos. Conclusão: até que a chuva passasse, ficamos no carro fazendo cafuné nos bichinhos. Que cena hilária… E o mais hilário estava por vir: todos os bichos tinham nome de cantor de música sertaneja.  

Chegamos em Itapeva, talvez, umas 11 horas da noite. Saímos em disparada, para ver quem seria o primeiro a tomar banho. O passeio foi incrível! 

E então? Gostaram do meu relato de viagem? Perceberam que criei não um, e sim vários incidentes? 

De que incidentes você está falando, Gislaine? Parece que você nem usou essa palavra…

Usei a palavra INCIDENTE apenas no título, pra não ficar repetitivo. Mas… ouça novamente, e você encontrará os tais imprevistos: na ida, a pista estava interditada; na volta, houve a chuvarada, surgiu o garotinho chorando, depois os bichinhos – normalmente, essas coisas não acontecem – são incidentes! 

Ah é.

Antes de nos despedirmos, deixo aqui um convite: assine o nosso podcast no seu tocador de preferência. E escreva, desenvolva essa proposta de redação (clique aqui) – escrever é bom demais! Depois de postada sua redação, assim que ela chegar corrigida no seu aplicativo, frequente o percurso de aprendizagem da Plataforma Redigir. Essa redação que você acabou de ouvir também está disponível no site. 

Então é isso! Um abraço e até o próximo episódio! 

Confira aqui o episódio anterior.

Rumo a redações excelentes no Ensino Fundamental!

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