In: http://ftaraquem.blogspot.com.br/2013/12/ambiguidade.html
In: http://interpretarhq.blogspot.com.br/
Muito comumente, o discurso literário não se fecha nas letras, mas abre-se para a busca de uma leitura nas entrelinhas, quer seja por conta dos subentendidos ao longo dos trechos, quer seja por conta do efeito polissêmico da palavra, o que vai permitir mais de um entendimento, ou seja, múltiplas possibilidades de leitura. É o que vemos, por exemplo, nas cantigas de escárnio, praticadas durante o Trovadorismo.
Mas não é só. Escritores contemporâneos também usam da ambiguidade como uma figura de retórica:
Eu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã ?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã
Ela desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?
Procurem por toda a parte
Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã
Virgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitos
Girafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todos
Pecai com os malandros
Pecai com os sargentos
Pecai com os fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras
Com os gregos e os troianos
Com o padre e o sacristão
Com o leproso de Pouso Alto
Depois pecai comigo
Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas
comerei terra e direi coisas de uma
ternura tão simples
que tu desfalecerás
Procurem por toda a parte
Pura ou degradada até a última baixeza
Eu quero a estrela da manhã.
(Manuel Bandeira)
In:http://www.fotolog.com/chaos_life/16398401/
Quer saber mais? Assine nossa newsletter, conheça estratégias para
melhoria da gestão escolar, descubra as melhores práticas
pedagógicas e alcance resultados mais satisfatórios com nossos
conteúdos exclusivos sobre Educação!
REDIGIR A MAIS LTDA. Copyright © 2021. All rights reserved.