Dissertação-modelo
Tema: Novos arranjos familiares.
Proposta de redação: A família contemporânea – novas identidades, antigos conceitos.
Adão e Eva: emancipação de paternidade
Por Rebecca Menezes
Definir família nunca foi uma tarefa pacífica, embora paire, no mundo ocidental, a ideia, aparentemente confortável, de que somos filhos de Adão e Eva – marco que estabelece o primeiro gesto de opressão das outras configurações familiares, ao eleger um homem e uma mulher como modelos. Hoje há a ideia de novos modelos; no entanto, esse adjetivo revela mais uma tentativa de distorcer a realidade. Sempre houve famílias compostas por pessoas do mesmo sexo, mães e pais solteiros, netos criados por avós, irmãos mais novos providos pelos mais velhos.
Pode parecer que a modernidade tenha criado novas configurações familiares; todavia, essa suposta novidade se deve a um silenciamento histórico, que supervalorizou o modelo patriarcal – marcado por uma conduta extremamente machista – no qual a família deveria ser composta por pai, o cabeça, mãe, a provedora do lar, e filhos, a perpetuação desse casal. Quem ousasse ser diferente, era social e moralmente condenado – e isso não data de séculos, mas de poucas décadas, basta ver notícias sobre crimes contra a comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros).
É fato que a falência da instituição religiosa cristã, a democratização do conhecimento, as lutas sociais – com destaque para as conquistas legais das mulheres e dos homossexuais – foram ações decisivas para uma existência social e simbólica da diversidade de células familiares, tendo em vista que, na prática, elas sempre existiram, embora estivessem reduzidas às quatro paredes ou a uma representação caricatural. Esta última violação é vista nas novelas quando os homossexuais vêm à tona, sempre pertencendo a um núcleo marginalizado da trama, cuja personagem usa de humor não para democratizar a discussão, mas sim para banalizá-la.
Por tudo isso, a fim de assegurar a existência plena das famílias, com o plural que lhes é devido, é preciso que a mídia, devido ao seu alcance popular, amplie a representação delas, por meio de apelos publicitários – como de O Boticário, que corajosamente enfrentou o preconceito contra casais de mesmo sexo e os tematizou em um de seus comerciais. Livros, filmes, novelas, músicas, a arte mididática, enfim, tem a função de formar os valores de uma sociedade por meio de maior representatividade – falar, tematizar, protagonizar são ações urgentes – dessas famílias a fim de dar visibilidade às famílias como elas realmente são: plurais.
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