Olá, pessoal!
O Enem 2019 surpreendeu mais uma vez! O tema da Redação – “democratização do acesso ao cinema no Brasil” –, que está inserido no campo da arte e da cultura, levou milhões de candidatos a dissertarem sobre a sétima arte.
Sempre atenta às discussões mais pertinentes ao Enem e aos grandes vestibulares do país, a Plataforma Redigir mantém um amplo catálogo de propostas, entre as quais a que sugeriu a discussão sobre a “democratização do acesso à cultura no Brasil do século XXI”, inclusive com texto de apoio sobre cinema. 😉
https://www.plataformaredigir.com.br/Temas/Detalhe/democratizacao-do-acesso-a-cultura_redacao-enem
A Plataforma Redigir também preparou algumas redações sobre o tema.
Confira aqui duas delas! ☺
Um filme na cabeça e um celular na mão
A plataforma digital Netflix mudou o paradigma de acesso à cultura no Brasil, ao disponibilizar, a baixo custo, um catálogo bastante variado de filmes e séries. Hoje, boa parte dos brasileiros trocou a pipoca em frente às telonas por essa opção, no conforto do sofá de casa. Todavia, por mais que sejam evidentes as vantagens de ver o galã de Hollywood a partir do aplicativo de celular, a experiência de ir a uma sala de cinema ainda atrai muitas pessoas, que, no entanto, encontram altas taxas de entrada. Logo, democratizar esse entretenimento é medida que se impõe.
Nesse sentido, vale pontuar, inicialmente, que a tecnologia, com destaque para a internet, permitiu um amplo e rápido compartilhamento de filmes entre as pessoas, pois criou uma série de recursos de download e de visualização on-line, a exemplo da própria Netflix e de programas como o Torrent. Dessa forma, não é mais necessário sair de casa para ver os últimos lançamentos cinematográficos. Agora, finalmente, a frase do famoso cineasta Glauber Rocha, “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, faz ainda mais sentido, já que, hoje em dia, basta ter um celular na mão para assistir a incontáveis histórias.
Entretanto, os amantes do cinema à moda antiga, isto é, aqueles que preferem ir às salas com projetor e ar condicionado, enfrentam os abusivos preços praticados pelas empresas que coordenam esses espaços. Assim, a mercantilização da cultura impede que todas as classes sociais riam e chorem diante das telas. Esse é o efeito “shopping-center”, pois o ingresso do cinema torna-se tão caro como a maioria das mercadorias vendidas nesses lugares, um dos símbolos mais evidentes das discrepâncias geradas pelo capitalismo.
Diante do exposto, a fim de que todos os brasileiros possam escolher entre o sofá de casa e a poltrona do cinema, é preciso intervir. Portanto, cabe ao Ministério da Educação (MEC), órgão responsável pela cultura no país, propor uma redução dos preços de entrada dos cinemas, por meio de uma contrapartida fiscal, isto é, do desconto de impostos cobrados pelo governo das empresas que veiculam os filmes. Como feito, haverá uma maior democratização do acesso à sétima arte no país de Glauber Rocha.
Por Rebecca Menezes
Para discorrer sobre a democratização do cinema no Brasil, um clássico franco-italiano vem à tona: Cinema Paradiso, do autor e diretor Giuseppe Tornatore. No mundo ficcional, o cinema chega a uma cidadela, fato que transforma a vida pacata dos moradores. De lá para cá, o cinema tornou-se um agente sócio-histórico-cultural, haja vista a estreita conexão com os diversos assuntos abarcados através das telonas. Entretanto, é preciso registrar que, em pleno século 21, há regiões brasileiras em que as películas ainda não divisaram as fronteiras. Assim, é tempo de o MEC e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) envidarem esforços, a fim de que o acesso ao patrimônio cinematográfico seja facilitado.
Nesse sentido, o cinema traz aspectos sócio-histórico-culturais que oscilam entre o Criacionismo e o Evolucionismo, entre a realidade da Pedra Lascada e a profecia do Matrix, entre o Brasil europeizado, à época da colônia, e o Brasil contemporaneamente americanizado. Isso foi possível graças aos avanços das salas de projeção, as quais descortinaram a política do pão e circo, na tentativa de impedir que haja a reincidência dos desastres populares ao longo do Império Romano, cujo povo preteria o conhecimento em favor da comida e da diversão. É Importante, ainda, anotarmos que, hoje, ações afirmativas, como a meia-entrada, muito contribuem para o acesso às salas de cinema.
Contudo, ainda que a Lei do Audiovisual, por meio de incentivo fiscal, apoie indiretamente projetos cinematográficos, estimativas recentes, referendadas pelo MEC, nos dão conta de que o cinema é frequentado por uma minoria de brasileiros. Tal fato vem comprovar que o Brasil tem potencial para ampliar o alcance das telas, até porque, infelizmente, o que se percebe atualmente é que grande parte dos investidores explora o ramo nos shoppings centers, uma vez que as receitas tendem a ser maiores e mais rápidas. Nesse ínterim, Tornatore teria espaço para tantos outros Cinemas Paradisos aqui no Brasil, país de extensões continentais.
Desse modo, para a efetiva democratização do cinema no Brasil é necessário estreitar-se a parceria entre o MEC e a Ancine (cujo objetivo é fomentar, regular e fiscalizar a indústria cinematográfica e videofonográfica nacional), a fim de que sejam multiplicados os espaços para o cinema, que, hoje, estão concentrados nas grandes capitais – isso deve ser feito por meio de uma melhor distribuição dos recursos da Lei do Audiovisual, com vista a levar aos brasileiros conhecimento científico e entretenimento. Afinal, o aprendizado não acontece apenas em salas de aula, mas também em salas de cinema. Com a licença de Álvaro de Campos, é preciso mais Cinema, menos Tabacaria.
Por Gislaine Buosi
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