É óbvio que, recorrendo ao dicionário, sabe-se que “generalizar” é tornar geral um conceito, atingindo toda uma classe, um religião, uma raça, etc. Isso é inadequado, porque indício de preconceito!
Mas a dúvida aqui levantada não é tão ingênua quanto parece. Como cuidar para que não se cometam generalizações ao longo das dissertações-argumentativas?
Não se descuide: o examinador de sua dissertação certamente é uma pessoa culta, que lê bons jornais e revistas e, bem por isso, tem bastante conhecimento acerca do contexto social; portanto, não generalize!, mostre que você tem informações factuais suficientes para fundamentar seu ponto de vista.
O redator deve ser o primeiro leitor de seus próprios textos. É a fase da autocrítica e da autocorreção.
Antes de passar o texto a limpo, recomenda-se lê-lo com a intenção de encontrar e eliminar inadequações, como a generalização; detectá-la e corrigi-la é tarefa das mais fáceis.
Palavras totalizantes, como “sempre”, “tudo”, “nada”, “todos”, “ninguém”, “jamais” ou palavras de sentido coletivo, como “população”, “família”, “sociedade”, “juventude”, são armadilhas para as generalizações.
Exemplos:
1.A população brasileira não acredita mais no voto como instrumento democrático.
2.As escolas estão aquém das expectativas do ENEM.
3.Os adolescentes não gostam de estudar.
4.O serviço de telefonia não atende às necessidades dos usuários.
5.Todo advogado é desonesto.
6.Nenhum político se preocupa com o povo.
Para fugir das generalizações, salvaguarde as “minorias”! Assim:
1.Grande parte da população brasileira… (Fica subentendido que, apesar de grande parte da população brasileira…, uma pequena parte…)
2.A maioria das escolas… (Fica subentendido que, apesar da maioria das escolas…, há também escolas que…)
3.Geralmente, alguns adolescentes não gostam de estudar. (Fica subentendido que, por vezes, alguns adolescentes gostam de estudar.)
Com muito acerto, Nelson Rodrigues (1912-1980), jornalista e dramaturgo brasileiro, já dizia que “toda unanimidade é burra”. E, verdade seja dita, unanimidade e generalização são expressões que dialogam entre si. Quando se generaliza, acata-se comodamente o que sopra o senso comum, e pretere-se a capacidade de construir um argumento original.
Há generalizações tradicionais, jocosas, depreciativas: “mulher só pensa em dinheiro”, “bandido bom é bandido morto”, “todo PM é corrupto”. Melhor evitá-las!
Há, também, generalizações preconceituosas, altissimamente grosseiras. Cuidado! Os corretores penalizam apontamentos desse viés. Por exemplo:
A adolescente pobre, quando não tem onde morar, engravida para, assim, poder se casar e morar na casa dos pais do namorado.
Repita-se: Generalizar ao longo da dissertação do Enem pode significar preconceito e, por consequência, afronta aos Direitos Humanos.
Cabe ainda dizer que expressões deselegantes nunca são bem-vindas! Aqui, sim, é possível generalizar!
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